QUA, 24/02/2016 - 11:37
Após a reforma o prédio do GISE passou a contar com churrasqueira, ilha gourmet, bar, sofás e carpetes felpudos, na área onde antes funcionavam a cozinha e o refeitório
Do blog de Marcelo Auler
Marcelo Auler
Através de um Requerimento de Informações (RI) a ser encaminhado pela Mesa Diretora da Câmara ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) tentará descobrir aquilo que o Departamento de Polícia Federal (DPF) silenciou quando questionado pelo blog: quem autorizou e quem pagou a reforma no prédio do centro de Curitiba onde funcionam o Grupo de Investigação Sensível (GISE) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), ambos os órgãos subordinados as da Superintendência Regional do DPF no Paraná (SR/DPF/PR)?
Alencar respaldou-se nas informações aqui noticiadas na quinta-feira, dia 11/02, na matéria Polícia Federal, sem verba para a luz, mas com mordomias. Nela mostramos que com essa reforma criaram em um prédio público, com verba de origem desconhecida, uma “área social” com churrasqueira, um bar e uma chamada ilha gourmet.
As obras ocorreram entre maio e agosto de 2015, quando a inauguração do espaço deu-se com um churrasco. O GISE e a DRE são comandados pelo delegado Maurício Moscardi Grillo. Na reportagem, demonstramos que é praticamente certo que não foi verba orçamentária e explicamos:
“Através do site Transparência Brasil foi possível verificar que entre maio de 2015 (início da reforma) e dezembro do mesmo ano (fim do exercício orçamentário), os pagamentos efetuados pela superintendência a titulo de obras e reformas não incluíram nenhuma na capital do estado. Foram pagas reformas nas delegacias de Maringá, Guarapuava e Cascavel.
Restam, portanto, duas alternativas. A primeira, e mais provável, uma nova doação feita por algum juiz federal de Curitiba, com verba apreendida em operações policiais e confiscada em sentença. Para isso, porém, é preciso um pedido oficial que tramite em forma de processo e passe pelo crivo do Ministério Público Federal.
A segunda hipótese, menos provável, seria o uso das chamadas Verbas Secretas (VS) que as superintendências do DPF recebem de Brasília. Elas se destinam especificamente a operações policiais. É um dinheiro usado, com o respaldo da legislação, para pagar informantes em operações de porte, principalmente no combate ao tráfico de drogas”. O uso desta verba em finalidade diversa da que se destina exigira a apresentação de falsos recibos o que não se imagina que tenha sido feito em uma delegacia de polícia.
Jornal GGN
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