SEX, 17/03/2017 - 08:55
ATUALIZADO EM 17/03/2017 - 08:58
Jornal GGN - Três grupos europeus arremataram os quatro aeroportos brasileiros leiloados ontem (16), em certame que não contou com a participação da Infraero e das empresas brasileiras envolvidas na Operação Lava Jato, como a Odebrecht.
No total, incluindo as ofertas vencedoras do leilão dos terminais de Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Fortaleza (CE) e as contribuições fixas que serão pagas durante a concessão, o governo arrecadará R$ 3,7 bilhões durante o período das concessões, sendo que o valor mínimo era de R$ 3 bilhões.
A União receberá à vista R$ 1,46 bilhão, que será pago em agosto, na assinatura do contrato pelas empresas vencedoras do leilão. O governo espera que as empresas façam investimentos de R$ 6,6 bilhões.
Os aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre foram arrematados pela alemã Fraport, o de Salvador, pela francesa Vinci, e o de Florianópolis, pela suíça Zurich. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 12% de todos os passageiros do país passarão por esses aeroportos. Com isso, 59% dos passageiros no Brasil serão atendidos por aeroportos concedidos.
A Fraport ofereceu R$ 425 milhões pelo aeroporto de Fortaleza e R$ 290,5 milhões pelo de Porto Alegre. A Vinci arrematou a concessão do terminal de Salvador por R$ 660,9 milhões, e Zurich levou o aeroporto de Florianópolis por R$ 83 milhões.
Os valores das outorgas ficaram em R$ 1,5 bilhão para Fortaleza, R$ 1,59 bilhão para Salvador, R$ 382 milhões para Porto Alegre e R$ 241 milhões para Florianópolis.
A oferta inicial mínima para Fortaleza era de R$ 360 milhões e para Porto Alegre, de R$ 31 milhões. O aeroporto de Salvador tinha lance mínimo de R$ 310 milhões e Florianópolis, R$ 53 milhões.
Porto Alegre teve o maior ágio, com 852%. Salvador teve ágio de 113%, Fortaleza, 18%, e Florianópolis, 58%.
Ao contrário dos leilões passados, a administração destes terminais não será compartilhada com a Infraero. Agora, a estatal ficará com 55 aeroportos, 67% deficitários.
O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, e o presidente da Infraero, Antônio Claret, dizem que estudam uma reestruturação da empresa para reduzir o prejuízo, incluindo a criação de uma subsidiária com capital aberto e também a demissão de funcionários.
Quintella afirmou que eventuais futuros leilões de aeroportos só irão ocorrer após o governo se decidir sobre o futuro da Infraero. A estatal diz que, com a concessão dos aeroportos, em torno de 110 funcionários poderão aderir ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), ou serem realocados para outros terminais. O ministro também disse que foram destinados 500 milhões de reais para o PDV da Infraero.
Nas redes sociais, o presidente Michel Temer comemorou o resultado dos leilões, classificando a iniciativa como um “sucesso” e dizem que o país recuperou a “credibilidade no cenário internacional”.
Jornal GGN
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