quarta-feira, 29 de março de 2017

Delegado da PF diz que "em momento algum" vazou imagens de Lula à Veja

TER, 28/03/2017 - 16:11
ATUALIZADO EM 28/03/2017 - 17:37


Jornal GGN - O delegado Igor Romário de Paula negou, em resposta ao juiz Sergio Moro, que policiais federais tenham vazado imagens da condução coercitiva de Lula à revista Veja ou à produtora do filme "Lava Jato - A Lei é Para Todos". O delegado, contudo, admitiu que a gravação foi feita mesmo com Moro tendo decretado sua ilegalidade. 

"Não foram cedidas quaisquer imagens, sejam elas fotografias ou vídeos, relacionadas à ação policial decorrente da 24ª Fase da Operação Lava Jato a qualquer pessoa, empresa ou veículo de comunicação por parte da Polícia Federal", disse Romário.

"Em momento algum as imagens realizadas naquela data foram fornecidas a terceiros, sendo anexadas ao processo eletrônico correspondente somente imagens do depoimento realizado e posteriormente degravado", acrescentou.

O delegado ainda avaliou que "não houve em momento algum descumprimento, por parte da equipe de policiais que participou da diligência, dos parâmetros estabelecidos na decisão judicial (procedimento aliás que é adotado rotineiramente em todas as ações da Polícia Federal", referindo-se as ações tomadas para tornar a investida contra Lula mais "discreta".

"Tanto os procedimentos de busca, os deslocamentos e a coleta de depoimento foram feitos com a absoluta discrição, sem o uso de viaturas ou uniformes ostensivos, em local reservado e diverso de unidade policial, sem que tenha sido divulgada qualquer imagem que atente contra a intimidade e privacidade de investigado, ainda que consideradas as dificuldades decorrentes de toda a cobertura jornalística dada ao caso na ocasião", comentou.

Sobre o despacho em que Moro proíbe a gravação e divulgação das imagens da operação contra Lula, o delegado afirma que "obviamente a determinação expressa na ordem judicial expedida não se refere à gravação feita pela Polícia Federal durante a realização da diligência, mas à veiculação indevida e desnecessária de imagens captadas que venham porventura expor desnecessariamente a figura do então investigados nestes autos, o que de fato não ocorreu."

A revista Veja afirmou ter tido acesso exclusivo às imagens e relatou que os produtores do filme sobre a Lava Jato assistiram à gravação na sede da própria PF.

A defesa do ex-presidente Lula peticionou ao juiz Sergio Moro no sentido de impedir que essas imagens sejam divulgadas pela imprensa. Moro, contudo, já antecipou que não compete a ele "impor censura a meios de comunicação".



Jornal GGN

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