Juiz federal Sérgio Moro disse ser praticamente impossível encontrar e punir os autores dos vazamentos de delações premiadas e que as investigações para identificar os responsáveis são "quase como se fosse uma caça a fantasmas"; ele destacou, ainda, que a apuração "fica comprometida por questões jurídicas", ligadas ao direito ao sigilo de fontes de jornalistas e a liberdade de imprensa, que são assegurados pela Constituição; Moro também disse não ver conflito ético nas fotos em que aparece sorridente ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é investigado pela Lava Jato pela suspeita de ter recebido R$ 50 milhões em propinas pagas pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez; "Não tenho nenhum processo do senador na minha responsabilidade porque ele tem foro privilegiado e não foi tratado sobre assuntos relativos ao processo, evidentemente", afirmou
10 DE ABRIL DE 2017
247 - O juiz federal Sérgio Moro disse ser praticamente impossível encontra e punir os autores dos vazamentos de delações premiadas e que as investigações são "quase como se fosse uma caça a fantasmas". Moro destacou que a apuração "fica comprometida por questões jurídicas", ligadas ao direito ao sigilo de fontes de jornalistas e a liberdade de imprensa, que são assegurados pela Constituição. "Não estou reclamando destas proteções jurídicas, acho importante", afirmou Moro em entrevista à BBC Brasil.
O magistrado também disse não ver conflito ético na sfotos em que aparece sorridente ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é investigado pela Lava Jato pela suspeita de ter recebido R$ 50 milhões em propinas pagas pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, após a realização do para a construção da hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia, em 2007. "Olha, não tenho nenhum processo do senador na minha responsabilidade porque ele tem foro privilegiado e não foi tratado sobre assuntos relativos ao processo, evidentemente", destacou Moro.
Sobre os vazamentos, Moro destacou que "nossa legislação exige que estes processos sejam conduzidos em público, que os julgamentos sejam públicos, e isso significa também que as provas acabam se tornando públicas em um momento no processo. Então, muitas vezes, o que as pessoas falam que é vazamento na verdade não é".
"Pontualmente realmente ocorreram vazamentos e muitas vezes se tenta investigar isso, mas é quase como se fosse uma caça a fantasmas, porque normalmente o modo de se investigar isso de maneira eficaz seria, por exemplo, quebrando sigilos do jornalista que publicou a informação. E isso nós não faríamos, porque seria contrário a proteção de fontes, à liberdade de imprensa", afirmou.
Recentemente, Moro foi duramente criticado pela imprensa, associações de profissionais e até por entidades internacionais por ter determinado a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania.
Moro também se defendeu das acusações de parcialidade por ter sido fotografado, conversando e sorridente, com Aécio Neves, que é investigado pela Lava Jato. "Era um evento público, foi tirada a foto, e o que há é uma exploração política do episódio, mas não existe nenhum comportamento impróprio da minha parte", destacou. "Eu não tenho nenhum processo do senador na minha responsabilidade porque ele tem foro privilegiado e não foi tratado sobre assuntos relativos ao processo, evidentemente. Se você está em um evento e as pessoas tiram fotos, bem, não tem como evitar", completou.
Confira a íntegra da entrevista.
Brasil 247
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