- 1 de abril de 2018
Raquel Dodge e Luís Roberto Barroso (foto de José Cruz/Agência Brasil)
Quem acompanha a atuação da Raquel Dodge na PGR sabe bem que ela faz o tipo ‘morde e assopra” quando se trata de investigar Michel Temer.
Tendo sido criteriosamente nomeada por ele, é difícil acreditar que ela tenha “mudado de lado” para se alinhar com a Lava Jato.
O ministro do STF Luís Roberto Barroso viu nesse comportamento oscilante de Dodge uma brecha e aproveitou a oportunidade que se lhe apresentou.
Barroso tascou prisão temporária nos investigados supostamente “próximos” a Michel, numa clara tentativa de mostrar a “força” da Lava Jato tanto ao presidente em exercício, bem como a Gilmar Mendes por ter proibido a condução coercitiva.
O pedido de Dodge era para que os suspeitos fossem interrogados simultaneamente, mas Barroso optou pela temporária.
Ao contrário do que muitos imaginam, Barroso provavelmente não possui “cartas na manga” contra Temer e por isso usou um caso antigo, o dos Portos.
Corrobora com a hipótese de que Barroso deu a volta na procuradora Dodge o pedido dela no sábado, dia 31, para que fossem repetidas as oitivas dos investigados justificando a medida em virtude da ausência de membros do Ministério Publico.
Os primeiros testemunhos foram colhidos no dia 29. Torna-se perceptível que o MP foi pego de surpresa, caso contrário estariam preparados para agir também no dia 29.
Além disso, após as oitivas e dos pareceres da PF, a procuradoria solicitou que as prisões fossem revogadas.
Barroso acatou e liberou os investigados, mesmo aqueles que ainda não haviam prestado depoimentos, como é o caso do coronel Lima, que alegou problemas de saúde, os que se encontravam fora do Brasil.
Ao aceitar a revogação da prisão de pessoas que sequer foram ouvidas, o ministro Barroso mostrou que sua justificativa inicial (possibilidade de destruição de provas) não era devidamente fundamentada.
Diário do Centro do Mundo - DCM
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