O Globo e o Estadão, como se as pessoas fossem bobas, dão destaque a uma frase protocolar de Lula, em sua carta ao Diretório do PT, para que o partido “fique à vontade” em relação a defesa de sua candidatura presidencial. Tão protocolar que, de imediato, os dirigentes petistas reafirmara que não há hipótese, neste momento, de apoiar outro candidato, embora, claro, isso possa acontecer à frente.
Na Folha, porém, a pesquisa do instituto ligado ao jornal mostra que, ao contrário, a perseguição a Lula está empurrando o partido de volta aos melhores níveis de popularidade que já teve. 20% dos entrevistados pelo Datafolha manifestam sua preferência pelo partido.
Os “comentaristas políticos”, como já se disse aqui bem antes, não são capazes de perceber a força que Lula está ganhando com sua estúpida e brutal transformação em mito. Em fevereiro de 2010, auge da popularidade do seu governo, eram 24% os simpatizantes do PT, para que se tenha ideia do que é, hoje, ter 20%.
É que o sentimento da população, para eles, fica em segundo plano diante do”marketing da novidade”, ignorando que o processo político tem uma natureza social e que, nele, “o mercado” só tem tanta interferência quanto tem aqui por conta dos próprios meios de comunicação.
O esforço da Folha para encobrir, apesar dos números, que é a perseguição a Lula que responde pela ascensão do PT, chega a dizer que “a partir de 2017, o PT voltou a crescer, talvez num reflexo da impopularidade do governo Michel Temer (MDB)”. Ora, é só olhar o gráfico e ver que, no pior momento para os petistas o “fora Temer” já era uma unanimidade no país pós-golpe.
O udenismo, no Brasil, sempre teve expressão na classe média e trovões moralistas na mídia. Claro que forma “ondas”, que acabam se desfazendo ao se chocarem com a realidade de exclusão e carência que pretende perpetuar.
E, para estes desafios, seu programa é, literalmente, nenhum, são o de deixar que “o mercado” governe a economia do país, para nos dar, sempre, mais do mesmo que nos oprime.
Tijolaço
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