Por Kiko Nogueira
- 29 de março de 2018
Tá esquisito, ministro
O ministro do STF virou notícia, ao longo desta semana, por causa das ameaças que ele disse estar sofrendo e que envolvem sua família.
O caso é grave e precisa, obviamente, ser apurado para que os culpados sejam punidos.
O curioso é que o Fachin não quer que isso ocorra.
O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, conversou pelo telefone com ele e colocou duas equipes à disposição —uma para fazer a análise dos riscos a que estão submetidos os familiares; outra para abrir um inquérito.
Segundo o insuspeito Josias de Souza, Fachin agradeceu e declinou, alegando que Cármen Lúcia, presidente da corte, já tomara as providências necessárias.
Raul Jungmann, o chefe da pasta da Segurança Pública, explicou que que, sem uma “representação”, não há como iniciar uma investigação.
Não se sabe quais “providências” Cármen tomou. Até agora, o que ela fez de mais enfático foi dar mais uma entrevista, desta vez ao Estadão.
“Numa democracia, as pessoas se manifestam. O que não é aceitável é ultrapassar os limites da lei, da legalidade”, declarou, eternamente pedestre.
A intimidação a Fachin virou manchete.
Fachin fez a revelação ao jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews, que comprou a história pelo valor de face. “Que coisa triste, hem?”, lamentou, sincerão.
Não quis saber se o interlocutor tinha alguma pista de onde vinham as agressões. A curiosidade morreu ali.
Seus colegas na Globo tiveram um piti. Gerson Camarotti dava cambalhotas sobre a gravidade da coisa, o fim da democracia etc.
Leilane Neubarth, comme d’habitude, repetia exasperada o que lhe mandavam apregoar no ponto eletrônico, sem ter a mínima ideia do que acontecia.
No Jornal Nacional, o presidente da OAB, Carlos Lamachia, proferiu a velha arenga em defesa das instituições pela qual ficou famoso. Associações de juízes e entidades de procuradores soltaram comunicados indignados. Etc.
O escândalo serviu para insinuar que os suspeitos são seguidores de Lula e contrabalançar com o noticiário sobre o atentando à caravana no Paraná.
Depois de toda a grita, Fachin não quer investigação. Por quê?
Hipóteses:
A coisa foi fabulada
Ele não tem fé na polícia e na Justiça, como todos os brasileiros.
Se for fake news, o que acontece com Edson Fachin? Não precisa responder.
Diário do Centro do Mundo - DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário