A esta altura, candidatos a presidente definidos – ou quase – deveríamos estar vendo os jornais cheios de projetos e propostas para tirar o Brasil da crise em que estamos enfiados e que talvez seja a única unanimidade nacional, agora que passou o conto da “retomada”.
Lá se vai a semana inteira e o assunto, salvo as mudanças de Lua de Ciro Gomes, são os “vices”.
Janaína Paschoal, saindo de onde não queria estar, com lucros, diante de um Jair Bolsonaro atônito.
Josué Alencar, com o mérito de ser “filho”, tendo de sair pela tangente com a história do “mamãe não quer” que fosse vice de Geraldo Alckmin.
Francamente, o país ardendo e quem se habilita a ser o segundo na cadeia de comando – e, nestes tempos em que varejar presidente pela janela virou moda, um potencial dirigente do país – invocando razões familiares para escapar-se à missão?
Todos, porém, prestam um grande serviço a seus “patronos” frustrados.
Desobrigam-nos de expor ideias, assumir posições, dizer o que fará diante de questões essenciais para o país: corte de gastos sociais, reforma da previdência, venda da Eletrobras, controle da Embraer pela Boeing, desmonte da Petrobras…
Sobretudo, da grande questão desta eleição, para o bem e para o mal: a sua legitimidade capenga, com o reconhecimento do óbvio: o de que ela estaria desde já resolvida não fosse o arreganho judicial que a deforma.
Mas estamos assim: um empresário sem vida política, um astronauta siderado e até um príncipe, na falta de general, ministro do Supremo ou apresentador de TV.
Veja, ilustre eleitor e eleitora, o que acham que define o voto do povo brasileiro.
Não é seu emprego, seu salário, a escola e o hospital, não é a estrada e a economia do País.
É um vice bem decorativo.
Tijolaço
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