Trabalhadores farão paralisações em vários locais pela manhã, e em São Paulo vão se concentrar diante da Fiesp, na Avenida Paulista
por Vitor Nuzzi, da RBA publicado 25/07/2018 14h44, última modificação 26/07/2018 10h47
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Dirigentes organizam paralisações e protestos para 10 de agosto e reforçam necessidade de unidade entre centrais
São Paulo – Com paralisações em todo o país no próximo 10 de agosto, o chamado "dia do basta", as centrais sindicais farão sua principal concentração diante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. "A pauta principal é a trabalhista, a defesa dos direitos, contra o desmonte. E a Fiesp virou símbolo de tudo isso", lembrou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, no final de plenária das centrais realizada nesta quarta-feira (25), na sede do Dieese, na região central de São Paulo.
"A mobilização está acontecendo no Brasil inteiro", acrescentou o dirigente, sobre a organização do ato. No próximo dia 2, quinta-feira da semana que vem, sindicalistas do setor de transporte farão uma plenária na sede do Sindicato dos Condutores de São Paulo para decidir como será sua participação no protesto.
O secretário-geral da CUT lembra que a situação do mercado de trabalho e das próprias negociações se deteriorou após a entrada em vigor da "reforma" trabalhista. "Alguns sindicatos não fecharam acordo desde o ano passado. Estamos trocando emprego protegido, qualificado, por emprego ruim, precário."
Em junho, as centrais aprovaram uma "agenda prioritária da classe trabalhadora", com 22 propostaspara o próximo governo e para o Congresso Nacional. "Essa agenda fica cada vez mais necessária", afirmou o presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, lembrando de outras pautas diretamente relacionadas aos trabalhadores, como a Rota 2030, do setor automobilístico, e o acordo entre Mercosul e União Europeia. "Estão dando chapéu na gente outra vez."
Para o secretário-geral da UGT, Francisco Canindé Pegado, o dia 10 "pegou". "Será um dia de 'basta' aos que exploram os trabalhadores, ao Congresso. Essa agenda vai ser a nossa cartilha daqui pra frente, até as eleições e também em 2019", afirmou.
É preciso que essa pauta chegue até a base, enfatizou Cláudia Bueno, do Sindicato Químicos Unificados, de São Paulo, e a Intersindical. "A agenda tem de ser parte da vida dos trabalhadores. Temos de mostrar que esta é a agenda deles", lembrou.
Presidente licenciado da CTB, Adilson Araújo disse que é preciso também reforçar o debate eleitoral, o único caminho para brecar a aplicação de outra agenda, "ultraliberal", dialogando com os trabalhadores, "que vêm sofrendo as consequências do desemprego e da instabilidade política". Isso exige definições para o pleito de outubro, acrescentou. "A direita vai tomando seu caminho. E no campo democrático-popular, qual será o caminho?"
"Temos várias diferenças, mas estamos num momento de dificuldade em que é preciso se juntar", disse Altino Prazeres, da CSP-Conlutas, sobre a necessidade de unidade entre as centrais – falaram também na plenária representantes da CGTB e da Nova Central. Essa unidade "tem de ser permanente, porque esse golpe continuará nos atacando", comentou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Paulo Cayres. Segundo ele, o ato na Avenida Paulista será um protesto "contra os 'pais do golpe'".
Rede Brasil Atual
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