sexta-feira, 30 de abril de 2021

Justiça proíbe governo Bolsonaro de fazer propaganda do “tratamento precoce”



Publicado em 30 abril, 2021 

Do UOL:

Bolsonaro promovendo a hidroxicloroquina
ADRIANO MACHADO/ REUTERS 23.07.2020

A Justiça Federal em São Paulo proibiu na noite de ontem (29) que a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do governo federal promova campanhas publicitárias defendendo tratamento precoce contra a covid-19 ou promova o uso de remédicos sem comprovação científica contra a doença, o kit-covid. Procurado, o governo não se manifestou.

A liminar expedida pela juíza Ana Lucia Petri Betto também obriga a retratação pública dos quatro influenciadores contratados pelo governo para defender o “atendimento precoce” em suas redes sociais.

“[Que] a SECOM se abstenha de patrocinar ações publicitárias, por qualquer meio que seja, que contenham referências, diretas ou indiretas, a medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, especialmente com expressões como ‘tratamento precoce’ ou ‘kit-covid’ ou congêneres”, diz a juíza Ana Lucia Petri Betto, em decisão.

A decisão, à qual o UOL teve acesso, atendeu a uma Ação Civil Pública da educadora Luna Brandão contra a campanha publicitária “Cuidados Precoces Covid-19”, com verba de R$ 19,9 milhões. Desse montante, R$ 85,9 mil foram destinados a 19 pessoas contratadas para divulgar a campanha, incluindo quatro influenciadores, que dividiram R$ 23 mil.

(…)


Diário do Centro do Mundo   -   DCM

"Liberdade para Rodrigo Pilha, cadeia para os torturadores", diz Gregório Duvivier


"O que aconteceu lá dentro é hediondo", disse o ator, ao comentar as agressões sofridas pelo militante político na prisão

30 de abril de 2021

(Foto: Agência PT)


247 – "Sei que nada mais nos choca. Que estamos batendo 400 mil mortes. Mas isso é abjeto demais. Não pode passar batido. Sua prisão já é criminosa. O que aconteceu lá dentro é hediondo. Liberdade pra Rodrigo Pilha. Cadeia pros torturadores", escreveu Gregório Duvivier, ao saber que o militante político Rodrigo Pilha foi espancado na prisão. Saiba mais sobre o caso:

Por Renato Rovai, na Fórum – Rodrigo Pilha, preso no dia 18 de março por estender uma faixa chamando o presidente Jair Bolsonaro de genocida, foi espancado e torturado na prisão e tem dormido no chão desde quando foi privado de sua liberdade. Ou seja, há exatos 41 dias.

[...]

Enquanto esteve na Polícia Federal prestando depoimento, Pilha foi tratado de forma respeitosa, mas ao chegar no Centro de Detenção Provisória II, área conhecida como Covidão, em Brasília, alguns agentes já o esperavam perguntando quem era o petista.

A recepção de Pilha foi realizada com crueldade. Ele recebeu chutes, pontapés e murros enquanto ficava no chão sentado com as mãos na cabeça. Enquanto Pilha estava praticamente desmaiado, o agente que o agredia, e do qual a família e advogados tem a identificação, perguntava se ele com 43 anos não tinha vergonha de ser um vagabundo petista. E dizia que Bolsonaro tinha vindo para que gente como ele tomasse vergonha na cara.

Na cela, Pilha foi recebido pelos outros presidiários com solidariedade e respeito. Mas durante à noite esses mesmos agentes foram fazer uma blitz na cela e deixaram todos pelados e os agrediram a todos com chutes e pontapés. Com Pilha, foram mais cruéis. Esparramaram um saco de sabão em pó na sua cabeça, jogaram água e depois o sufocaram com um balde. Todos foram avisados que estavam sendo agredidos por culpa de Pilha. Do petista que não era bem-vindo na cadeia.


Brasil 247

Líder da tropa de choque de Bolsonaro na CPI da Covid, Ciro Nogueira diz que ela não vai dar em nada


O senador Ciro Nogueira disse em encontro com empresários e banqueiros que a CPI da Covid não vai acarretar consequências graves para Jair Bolsonaro

30 de abril de 2021

Senador Ciro Nogueira (PP-PI) (Foto: ABr)


247 - O senador Ciro Nogueira (PP-PI) se reuniu com empresários e banqueiros na quarta-feira (28) em SP e afirmou que a CPI da Covid não vai dar em nada para Jair Bolsonaro.

Um dos principais defensores do governo no Senado, Ciro Nogueira tentou tranquilizar os convidados sobre o andamento das investigações contra Bolsonaro.

Estavam presentes acionistas e executivos de bancos como Bradesco, Itaú e BTG, além de varejistas e industriais, informa a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo..

Ciro disse que Calheiros, que estaria sendo superestimado por empresários e pela imprensa, pode até fazer um relatório com graves acusações ao ocupante do Palácio do Planalto. Caso isto ocorra, ele prometeu que a bancada governista apresentará um relatório divergente, caso em que se estabelecerá uma guerra de versões.

Para Ciro, mesmo que o relatório de Renan Calheiros seja aprovado, nada acontecerá —muito menos o impeachment, porque o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não deixará nenhum pedido de afastamento de Bolsonaro ser discutido.


Brasil 247

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Drauzio Varella: Bolsonaro é o maior responsável pela disseminação do vírus no Brasil


"Quem é que tinha que coordenar todo o esforço de combate à epidemia? Era o Ministério da Saúde. Quem nomeou os ministros da Saúde? Foi ele. Então, ele é o maior responsável, não há como fugir dessa responsabilidade", afirma o médico e comunicador, que também critica os médicos que receitam remédios ineficazes

29 de abril de 2021

Médico Drauzio Varella (Foto: Reprodução | Abr)


Por Giulia Affine, da Agência Pública – Colocar os direitos dos pacientes em primeiro lugar é o que o Dr. Drauzio Varella vem fazendo ao longo de seus mais de cinquenta anos de profissão. Médico oncologista formado pela Universidade de São Paulo, ele foi um dos primeiros a se dedicar ao tratamento da AIDS no Brasil, fazendo campanhas de prevenção e esclarecimento veiculadas no rádio. Durante décadas, ele atuou – e ainda atua – como médico voluntário junto à população carcerária em São Paulo. Hoje, em meio à pandemia, ele afirma que médicos não têm direito de prescrever remédios ineficazes contra o coronavírus, pois isso fere a ética da profissão.

“Eu sou oncologista, então eu tenho direito de usar uma droga que não tem efeito na doença daquele paciente? Esse é um direito meu? E o direito do doente? [O doente] que está recebendo uma droga que não vai acrescentar nada e poderá juntar efeitos colaterais. O médico não tem esse direito, não. O médico tem que se basear na melhor informação científica disponível para adaptá-la para aquele paciente”, diz.

Escritor e comunicador, Dr. Drauzio dedicou boa parte da sua vida profissional à divulgação de ciência e informação sobre saúde para a população, primeiro no rádio, depois na televisão, e hoje também na internet. É por isso que ele se diz decepcionado ao ver que um vídeo seu – gravado antes do coronavírus se alastrar pelo mundo, em que ele diz que a Covid seria um “resfriadinho” na maioria dos casos – foi usado por membros do governo federal para minimizar a pandemia e propagar desinformação. “É uma coisa tão baixa”, critica. “E é destinada a fazer o quê? A confundir a população. A justificar os absurdos que o Presidente da República fala – e não é que ele falou em janeiro do ano passado, quando a epidemia não estava aqui. Ele fala até agora. Passou um ano inteiro confundindo a população, dando exemplo pessoal de como você faz para facilitar a disseminação do vírus. Isso sim é um crime que não pode ficar sem punição.”

Aos brasileiros que estão desanimados e desiludidos, ele tem um recado claro: “Nós temos que resistir.” Ele conta que ouvia histórias de sua avó, que no início do século XX sobreviveu à gripe espanhola no Brasil numa época em que as famílias não tinham nem rádio em casa. “Hoje, uma parte expressiva da população fica em casa com televisão, com internet, se falando pelo zoom, e a gente vai dizer que não aguenta mais? Tem que aguentar. Sai, máscara, volta. Não se aglomera, não fica se juntando com os outros, não é a hora, não vai ser assim pra sempre. Vai passar. Nós estamos vivendo os piores momentos, e agora é a hora que a gente tem que sobreviver, porque senão a gente não deixa descendentes, né?”

O senhor afirmou que o presidente Bolsonaro é o grande responsável pela disseminação da pandemia no Brasil. Quais foram os principais erros que ele cometeu?

Bom, eu acho que ele é o principal, mas não é o único. Há muita gente responsável, inclusive esses meninos de classe média que se metem nos bares, que organizam festas clandestinas, e outras autoridades que também negaram as medidas de proteção da sociedade.

Mas ele é o maior responsável por uma razão muito simples: é o presidente da República, autoridade máxima do país, que detém o controle do Ministério da Saúde. Quem é que tinha que coordenar todo o esforço de combate à epidemia? Era o Ministério da Saúde. Quem nomeou os ministros da Saúde? Foi ele. Então, ele é o maior responsável, não há como fugir dessa responsabilidade.

Nós tínhamos que ter aprendido uma lição fundamental na epidemia da AIDS: você só combate a epidemia quando tem uma coordenação central, uma autoridade que chama para si a responsabilidade de adotar as medidas mais sensatas de acordo com a opinião dos técnicos e da ciência, que é o único recurso que a gente tem.

No caso da Aids, quando começamos a ter drogas altamente eficazes, a partir de dezembro de 1995, o Ministério da Saúde assumiu a liderança, juntou um grupo de jovens técnicos, sanitaristas, infectologistas, e disse o que nós tínhamos que fazer, que era distribuir medicamentos para todos [os pacientes]. Na época, essas drogas custavam muito caro, saíam na faixa de dois, três mil dólares por mês. Vê o tamanho do desafio? Nós fomos pra cima dos fabricantes das drogas, pra cima das multinacionais, quebraram patentes, negociaram o preço, e conseguiram 90% de abatimento. Drogas que custavam cem passaram a custar dez pro governo e aí foi possível combater a epidemia.

[Mas] quando veio esta epidemia [de covid-19], nós tivemos a situação oposta. Primeiro, nós tivemos o Ministério da Saúde completamente degradado. Não porque não tenha gente boa, os quadros do Ministério da Saúde do Brasil sempre foram gente preparada e competente. Mas, as alterações que o ministério sofreu pra colocar lá militares – que eu não tenho nada contra, lógico, mas [são] pessoas que não tinham nenhum preparo na área da saúde… Deu no que deu. E tivemos um Presidente da República que, pessoalmente, adotou medidas para dar exemplos do que nós deveríamos fazer se quiséssemos disseminar a epidemia mais depressa: sair por aí sem máscara, provocando aglomerações.

[Também] tem o erro crasso de não pensar nas vacinas quando elas estavam disponíveis. Qualquer pessoa diria, ‘bom, os Estados Unidos, a Europa, a Ásia tão indo atrás, nós temos que ir atrás também’. Era arriscado, claro, mas a troco de que os países estavam investindo bilhões de dólares na compra de vacinas? São idiotas? Eles estavam afim de jogar dinheiro fora? Quando todos os países estavam correndo em busca das vacinas, não havia por que o Brasil não fazer o mesmo, né?

E nós falhamos. Por sorte nossa, nós tínhamos o Instituto Butantã em São Paulo e a Fiocruz no Rio de Janeiro, que se empenharam para a obtenção da vacina. Mas isso foi uma iniciativa dos dois institutos, não foi uma iniciativa do governo federal que disse, ‘olha, vamos organizar, vamos ver se nós dispomos da tecnologia, vamos apoiar o Butantã’. Ao contrário, o presidente pessoalmente declarou guerra ao Butantã, dizendo que era uma vacina chinesa, que o Ministério da Saúde não ia comprar. São coisas completamente sem sentido.

A pergunta que mais recebemos dos nossos Aliados foi: qual a sua opinião sobre os médicos que receitam o chamado “tratamento precoce” ou “kit-Covid” com cloroquina, ivermectina e outros remédios que hoje sabemos que são comprovadamente ineficazes contra o coronavírus?

Minha opinião é a pior possível, né? Como é que você tem um médico que sai defendendo uma droga inútil, com nenhuma eficácia demonstrada, para que continue sendo receitada? A medicina não pode ser assim A medicina tem que ser baseada nas evidências científicas. Isso é o que diferencia a medicina atual daquela que foi praticada há 100 anos atrás, [quando] os médicos faziam sangria, aplicavam sanguessugas. Isso foi feito durante milênios, quando a medicina não era baseada nas evidências.

O que mudou da metade do século passado para agora foi a necessidade de você comprovar que determinado tratamento tem ação contra aquela doença. Todos os estudos que foram feitos até aqui não permitiram identificar uma única droga com a ação contra o coronavírus. Quem não gostaria de ter uma droga barata com toxicidade conhecida, que pudesse ser administrada nas fases iniciais da doença e que impedisse que a doença se tornasse grave, ou que curasse a doença? Por que nós somos contra? Porque não há nenhuma evidência. Não é que não há evidências de que a droga seja útil. As evidências todas são de que elas são inúteis. E que ainda podem acrescentar efeitos colaterais.

E o que o senhor acha que leva tantos médicos a aderirem a esses tratamentos que não funcionam? É um posicionamento político se sobrepondo à ética médica?

Acho que sim. Eu só consigo ver duas razões. A primeira é a ignorância e a segunda é uma decisão política.

Muita gente também falou do papel do Conselho Federal de Medicina, que deu aval aos médicos para escolherem prescrever esses medicamentos. Como o senhor avalia esse posicionamento?

Eu acho que o Conselho Federal de Medicina e vários outros conselhos estaduais são órgãos políticos, são órgãos comandados por pessoas que são políticas, que estão ali para defender as suas posições políticas e os seus interesses políticos e pessoais. É disso que se trata.

Você vê na internet médicos de avental branco, com o nome bordado no bolso do avental, falando absurdos, as coisas mais cretinas que alguém pode dizer e levantando boatos que vão ter influência na população de um modo geral e os nossos Conselhos estão mudos. Não falam nada, deixam correr. Essas pessoas estão identificadas. Eles tinham que ser chamados, dizer: ‘Meu filho, o que tá acontecendo com você? Por que você disse uma coisa dessas, qual é a justificativa?’

Mas, infelizmente, ao lado dos médicos que estão dando um grande exemplo pra população lá nos hospitais, tratando dos doentes, se expondo, expondo as suas famílias à transmissão do vírus e os que estão aí educando a população, se esforçando, se expondo também a retaliações políticas, nós temos esse lado dos médicos que realmente tem um papel que eu acho desprezível nesse episódio todo.

Os médicos que receitam esses medicamentos inócuos e até perigosos deveriam ser punidos?

Eu acho que nós temos um código de ética muito rigoroso, sabe? Quando vemos o ministro da Saúde fazendo uma acrobacia intelectual para dizer que o médico tem direito de receitar o medicamento que ele quiser… O direito como? Eu sou oncologista, então eu tenho direito de usar uma droga que não tem efeito na doença daquele paciente? Esse é um direito meu? E o direito do doente? [O doente] que está recebendo uma droga que não vai acrescentar nada e poderá juntar efeitos colaterais. O médico não tem esse direito, não. O médico tem que se basear na melhor informação científica disponível para adaptá-la para aquele paciente. O direito de adaptar, sim. Isso é o que a gente chama de arte da medicina.

A medicina é uma arte. O que é a ciência? É o conhecimento científico. E a arte é, como que eu aplico esse conhecimento científico para essa pessoa em particular, que tem 30 anos, que tem essas características de vida, enfim. Esse é o direito que o médico tem. Mas ele pegar uma droga, ou várias drogas, que não têm nenhuma eficácia e administrar para o paciente, ele não tem esse direito, de jeito nenhum.

Eu vejo o Ministro da Saúde dando essas explicações e tentando fazer esse contorcionismo, e eu lembro daquele ditado popular que em cadeia eles usam muito. É ele querer provar que a linguiça comeu o cachorro.

Um dos nossos Aliados fez uma pergunta que resume o que muitos brasileiros estão sentindo agora: nós vamos conseguir acabar com a pandemia ou ela vai acabar conosco antes?

Não, nenhuma epidemia acabou com a humanidade, nem com um país sequer. Nós tivemos a epidemia de peste na idade média, em 1400 e pouco, que matou metade da população europeia, uma coisa muito assustadora. Mas não matou toda a população.

Primeiro, não é fácil você combater esse vírus, em lugar nenhum do mundo. Aqui as coisas também estão muito polarizadas, ‘ah, porque o governo, ah, porque o governo’, nenhum governo do mundo, nenhum governante, nem o governante ideal pra população brasileira nesse momento seria capaz de impedir mortes. Claro que não. O que não aconteceria é de nós termos nos transformado no campeão mundial em número de mortes diárias.

Nós estamos tendo três mil e tantas mortes por dia, há vários dias. Imagine que nós tivéssemos agora 420 milhões de doses de uma vacina mágica, que você deu duas doses, pronto, ninguém mais pega a doença. Ia acabar a epidemia? Claro. Mas ia acabar agora? Evidente que não. Primeiro porque você precisa de um tempo pra administrar essa vacina, depois porque as pessoas que já adquiriram o vírus vão desenvolver a doença. Quando morre alguém, essa pessoa se infectou, no mínimo, duas ou três semanas atrás. Então, as mortes por coronavírus contam a história da epidemia no passado, não no presente.

Já seria um problema terrível. Agora, imagina nós não termos vacinas suficientes. O cálculo que os epidemiologistas fazem, se correr tudo bem, se chegar o que vem da Índia e da China, se as fábricas da Fiocruz e do Butantã seguirem o cronograma direitinho, nós vamos ter todos os brasileiros dos grupos acima de 60 anos e mais os grupos de riscos vacinados até fevereiro do ano que vem. Isso é um longo processo. E tem tanto “se” no caminho que esse cronograma pode não ser respeitado.

Então, a situação é de que nós vamos conviver com o vírus. Ele vai continuar sendo transmitido enquanto nós não vacinarmos todos os brasileiros, até as crianças. E mesmo assim, conseguir 100% de cobertura vacinal da população inteira é muito complicado. Mesmo para o Brasil, que tinha um dos melhores programas de imunização do mundo, mesmo a gente contando com essa infraestrutura de 38 mil salas de vacinação espalhadas pelo país, não será fácil a gente vacinar um número suficiente de brasileiros para fazer o vírus desaparecer.

Hoje estamos no pior momento da pandemia, mas mesmo assim parte da população precisa sair para trabalhar, e parte insiste em se arriscar deliberadamente por não acreditar nas medidas de prevenção. O que poderia ser feito – tanto pelas pessoas individualmente quanto pelo Estado – para melhorar esse cenário?

No iniciozinho, em janeiro de 2020, eu mesmo achei que enquanto a doença estava só na China, não tinha chegado no Brasil, não parecia que seria uma ameaça tão grave. Eu e muitos outros, o Anthony Fauci nos Estados Unidos achou que não haveria uma mortalidade maior do que a gripe, e ele é a maior autoridade em doenças infecciosas no país. Quando estava na China, a gente não recebia as informações que refletiam a realidade, né?

Mas em fevereiro de 2020, do jeito que a doença apareceu na Itália, que é um país livre em informação, a situação ficou clara pro mundo. A partir desse momento, eu pensei que seria difícil no Brasil porque as medidas tomadas na Europa e na Ásia foram de isolamento social de cara. E nós aqui teremos muita dificuldade, porque temos um cinturão de pobreza e de miséria nas periferias das cidades brasileiras que não permite que as pessoas que não têm recursos sobrevivam sem sair pra rua para trabalhar todos os dias. O cara que vende objetos nas ruas, o que vende sanduíche, o que vende cafezinho, como é que essas pessoas vão sobreviver? Eles saem, ganham aquele dinheirinho, correm pro supermercado, e chegam em casa com a compra do dia seguinte. Eles não têm poupança, aplicação em CDB, para poder escapar da fome. E agora nós estamos vendo como é grande essa população de brasileiros que não dispõe de recurso nenhum. Essa seria a população que teria mais chance de se infectar mesmo.

Mas, aí, nós partimos de um erro, que eu espero que nunca mais seja cometido em nenhuma nova epidemia no país, que é o conceito do grupo de risco. Esse conceito colabora muito para a disseminação da epidemia. O que a gente dizia na época da AIDS? Os grupos de risco eram os homens homossexuais e os usuários de droga injetável. Então você era mulher, não usava droga na veia, você não fazia parte do grupo de risco, e aí você se arriscava. Você arranjava um namorado que era bissexual ou que era usuário de droga e você não sabia. Você expõe a população quando estabelece a coisa do grupo de risco.

O que aconteceu aqui foi a mesma coisa. Quem é o grupo de risco? Quem tem mais de 60 anos, pressão alta, diabetes, obesidade. Aí o cara tem 35 anos, vai à academia três vezes por semana, não tem pressão alta nem diabetes, não tem nada disso. Ele acha que tudo bem com ele. E olha o que tá acontecendo agora: nas UTIs brasileiras, mais da metade são jovens com menos de 40 anos. Por quê? Porque acreditaram nessa história dos grupos de risco.

Espero que nunca mais seja feito isso no Brasil. Não temos grupos de risco, nós temos comportamentos de risco. E aí, infelizmente, isso irmana aqueles que saem pra trabalhar, porque não têm alternativa, e os outros que saem pra passear, pra fazer festas em ambientes fechados.

Então o que podemos fazer hoje? O que está faltando?

Nós temos que pensar assim: o que foi feito de errado no Brasil, já foi feito. Daqui pra frente, como nós temos que pensar? Bom, nós vamos conviver com esse vírus por muito tempo. Então nós temos que ensinar as criancinhas, os jovenzinhos, a usar máscara o tempo todo. A máscara tem que fazer parte do nosso vestuário, assim como eu não saio de casa sem camisa, nós não podemos mais sair sem máscara. A ciência é que tem que dizer pra população o que pode e o que não pode fazer.

Não fizemos assim com a AIDs? A gente dizia como é que tem que ser sua vida sexual, o que você pode fazer que não tem risco e o que você não pode fazer que tem risco. Não dá pra fazer como a igreja fazia: não pode ter atividade sexual, sexo só no casamento. Resolveria o problema, mas as pessoas são teimosas, elas não obedecem.

Nós temos que dizer o que é possível. Por exemplo, ao ar livre, o risco é menor de pegar o vírus do que dentro de um ambiente fechado. Então, ‘ah, eu vou sair pra dar uma volta porque eu não aguento mais’, você pode sair com a máscara. Só que você não vai encontrar o amigo ou amiga na esquina e abraçar e beijar. Tem que estabelecer quais são as regras pras pessoas entrarem nesse jogo com segurança

Bom, aí o que acontece? ‘Eu não saio, fico trancado em casa. E chega no fim de semana, eu tenho dois casais de amigos que tão trancados como a gente, vamos convidar eles pra vir aqui’. É assim que se transmite o vírus. Porque você fica num ambiente fechado, às vezes as pessoas até chegam de máscara, aí na hora que serve o primeiro aperitivo tem que tirar a máscara, depois já ficam sem. Você pode estar aglomerado com cem pessoas e não ter nenhuma infectada e você não corre risco nenhum, e você pode receber a visita de uma pessoa só, infectada, que te transmite o vírus.

Eu acho que daqui em diante, nós temos que fazer essas definições e divulgar isso pelos meios de comunicação. Nós passamos essa epidemia inteira e o que nós divulgamos pelos meios de comunicação de massa? Eu participo do Todos Pela Saúde, nós que fizemos a primeira campanha para utilização de máscara. Isso não tem cabimento, uma iniciativa privada fazer uma coisa que caberia às autoridades federais, estaduais, municipais, a todos

O senhor defende um lockdown rigoroso, como foi feito em Araraquara?

Olha, as pessoas pensam que você faz um lockdown por decreto e funciona, não funciona. Há a necessidade de uma coordenação central. Fecha tudo? Não, não tem como fechar tudo, fica sem pão em casa, fica sem comida, é impossível. As pessoas que fazem as atividades essenciais têm que pegar ônibus, metrô, trem, isso tem que ser uma coisa muito organizada. Em Araraquara, o prefeito se reuniu com os industriais da região, com os comerciantes, com lideranças, sindicatos, estabeleceu medidas, formas de manter a população em casa, auxílio para manter a população. Foi uma ação na qual participou não apenas o governo municipal, mas os empresários também, dando cestas básicas etc. E aí ele partiu pra uma coisa que foi pra valer e conseguiu esse resultado maravilhoso. Só não foi mais maravilhoso porque as cidades em volta não fizeram isso. Então, você olha as UTIs em Araraquara, os pacientes internados não são mais de Araraquara, vieram das cidades vizinhas

Eu não vejo condição prática de nós fazermos isso mais no Brasil. Você pode fazer uma redução e conseguir um certo grau de lockdown num estado. São Paulo, por exemplo, agora parece que está começando a experimentar as vantagens do fechamento. Foi um lockdown? Não, foi uma redução da mobilidade da população. Aí o que acontece? Você fica sob uma pressão grande dos comerciantes porque a situação deles é aflitiva: se tem funcionários, eles demitem todo mundo, fecham o negócio deles, que às vezes vem de uma geração para outra, se destrói tudo? Então, você não consegue manter por muito tempo e usa qual critério [para reabrir]? Começa a reduzir o número de casos na UTI, começa a ver uma certa folga de leitos para evitar o colapso integral, abre um pouco e aí aumenta o número de casos. Nós vamos levar isso por cada vez mais tempo, porque a gente não consegue manter o distanciamento social.

Eu acho que nós temos que investir nesse momento na máscara, pesadamente. Máscara custa barato. Colocar máscara em todos os lugares, distribuir para a população, orientar como se usa, propagandas na televisão, no rádio, lideranças da sociedade toda insistindo no uso da máscara, porque isso tem um impacto. E eu acho que é um fim atingível, você pode convencer a população de que vai ter que usar máscara ainda por muitos meses.

A pandemia no Brasil veio acompanhada de uma série de problemas sociais, econômicos e políticos que tornaram essa situação gravíssima e com certeza deixarão sequelas no nosso país. Uma Aliada perguntou quais são os efeitos negativos de longo prazo na saúde que mais te preocupam?

Primeiro são as sequelas. Essa não é uma doença que tem um curso típico de infecção viral na qual você fica doente, febre, outros sintomas, depois tudo passa, o sistema imunológico se recupera e você toca a vida pra frente. Quantas gripes a gente não teve que ocorreram dessa maneira? Essa doença é um vírus que se dissemina pelo corpo todo, e provoca fenômenos inflamatórios especialmente nos músculos, no coração, nos pulmões, no fígado e em outros órgãos, até no cérebro. E uma proporção razoável dos pacientes não consegue resolver isso em duas semanas. Ficam com sequelas que se mantêm. A gente vê na televisão pessoas que saem das UTIs de cadeira de rodas. Muitos não conseguem andar, às vezes pessoas fortes.

Nós temos um outro lado dessa questão que é o seguinte: o vírus vai ficar. Se o vírus vai ficar, vai continuar havendo uma demanda no Sistema Único de Saúde. Não vai ter jeito. Nós não podemos relaxar neste ponto, dizer: ‘bom, então desmobiliza, esquece os leitos de UTI, fecha.’ Vai ter que fazer essa operação com cuidados. Veja a diferença da primeira pra segunda onda, ela nos pegou de surpresa. Leitos fechados, hospitais de campanha fechados. Não estou dizendo que eles deviam ter permanecido abertos, porque manter uma estrutura dessas sai caro e não tem nenhuma utilidade por meses. Mas nós temos que ter agilidade pra montar outros rapidamente se eles forem necessários. Então nós vamos ter a necessidade de uma vigilância do sistema de saúde.

E aí, nós temos um lado bom. Pelo menos agora os brasileiros entenderam o que é o SUS. O SUS tá na Constituição desde 1988. E nesses 30 anos, qual era a imagem que o brasileiro tinha do SUS? O pronto-socorro lotado de gente, maca no corredor, gente no chão, as pessoas reclamando que estão lá há horas e não são atendidas. Não levavam em consideração o nosso Programa Nacional de Imunizações, o programa da AIDS, o programa de transplantes que nós temos no Brasil – o maior número de transplantes gratuitos do mundo. Os EUA fazem mais que nós, mas vai ver quanto custa lá. Hoje, quando a gente sofre um acidente, alguém passa a mão no telefone e em cinco minutos chega o resgate. O que é o resgate? É o SUS chegando ali. Você tem um programa de hemodiálises no Brasil, nenhuma cidade fica a mais de 200 km de um centro de hemodiálise, e as hemodiálises são gratuitas pra todo mundo.

Nós temos ilhas de excelência no SUS. Falta a nós uma política de saúde porque nós não levamos a saúde a sério. A população leva, claro, mas os políticos não levam a saúde a sério. Vamos pegar antes do governo atual, pra não dizerem que estamos sendo parciais. De 2009 a 2019, quando tomou posse o novo governo, nós tivemos 13 ministros da saúde, em dez anos. A média de permanência no cargo foi de dez meses. O que você faz em dez meses? Dá pra criar uma política de saúde? Não dá. E nem daria porque os ministros da saúde não são especialistas em saúde, não são sanitaristas com boa formação, não são grandes gestores públicos. Eles são políticos. E o Ministério da Saúde, que é um ministério que só compra, é disputado com unhas e dentes pelos políticos. Então, pra agradar o partido X, que o Presidente justifica dizendo que precisa ter maioria na Câmara e no Congresso, eles dão pro partido Y, depois troca e põe o partido Z. E é assim que funciona. Isso que eu tô dizendo pro governo federal funciona pro estadual e pro municipal também. Esse é o problema. Enquanto a gente não se convencer que a Saúde é uma prioridade do jeito que é a Educação, que nós precisamos de técnicos preparados, nós precisamos de políticas públicas, vai ficar dessa maneira.

E, outra pergunta de uma leitora: o que podemos fazer, como comunidade, como sociedade para evitar novos surtos como o que vivemos hoje?

A primeira coisa que a gente precisa ter é informação. Quer dizer o seguinte: de repente numa região da Amazônia, onde está o contato do homem com o mata virgem, aparece uma doença estranha. Rapidamente, nós temos que identificar e sequenciar, conhecer o genes do agente que provocou essa doença para, a partir daí, montar estratégias de tratamento e de contenção.

Nós tivemos a epidemia em Manaus, essa coisa terrível. Onde é que foi descoberta a variante P1, que depois se espalhou pelo país inteiro? Em Tóquio, no Japão. Pegaram japoneses que tinham estado em Manaus e chegaram lá com a doença, e sequenciaram. Se não fossem os japoneses, pode ser que a gente não tivesse sequenciado ou levado muito tempo pra fazer o sequenciamento. Então, nós temos que investir na ciência, que é a única forma de você lidar com esse tipo de problema. Não há outra.

A desinformação e o negacionismo estão permeando e atrapalhando nosso combate à pandemia. Muita gente perguntou como dialogar com as pessoas que não acreditam nas medidas de prevenção? Que argumentos a gente pode usar com essas pessoas?

Olha, é difícil. Se dissesse que a epidemia tá começando agora, mas começou em março do ano passado. Se essas pessoas não se convenceram ainda de que é uma coisa grave, de como a doença se espalha, do perigo que correm, é difícil você conseguir convencê-las com argumentos, né? Com argumentos você consegue convencer pessoas que são racionais. As pessoas que agem nessa base, que se negam a enxergar, que tomam uma atitude irracional, não é com argumentos que você vai convencê-los, é com medidas coercitivas. Não toma vacina, então não viaja, por exemplo. Não é assim que a gente faz com as outras vacinas? Não leva a criança pra tomar a vacina, não recebe o Bolsa Família, aí as pessoas correm e levam. Nós vamos ter que agir assim com essas pessoas irracionais.

E o senhor também acabou sendo alvo da desinformação, né? Aquele vídeo de janeiro de 2020, em que se refere à Covid como um um resfriadinho na maioria dos casos foi disseminado por seguidores, por políticos próximos e até pelo próprio presidente. O senhor se dedica há tanto tempo a comunicar a divulgar a ciência e a saúde de forma clara, como foi ter uma fala sua usada de forma distorcida, sem contexto

É lógico que você fica decepcionado. Você tem uma vida inteira de atuação profissional, grande parte dela dedicada à divulgação de conhecimentos científicos e de informações sobre saúde para a população. E aí, você vê, de repente, pegarem uma fala sua que foi feita em janeiro [de 2020], quando não havia nenhum caso no Brasil, não havia nenhum caso na Itália ainda. As informações que nós tínhamos eram da China. Lógico que eu errei, evidente. Mas acho que eu não cometi um erro de avaliação naquele momento porque nós não tínhamos dados. O mundo inteiro não esperava que isso acontecesse.

Agora, você pega uma frase dessa e joga nesse contexto… até agora, toda hora repetem isso: ‘ai, não era um resfriadinho?’. Eu tenho um desprezo tão profundo por essa gente [que espalha desinformação] que, sinceramente, não me atinge mais, sabe? Porque é uma gente desclassificada, é o pior tipo de brasileiro que pode existir. Eu não tenho diálogo com essas pessoas. Não vão me atingir, eu não sou candidato a nada, nunca serei, meu trabalho não é político. Não levo a sério. É uma coisa tão baixa. E é destinada a fazer o quê? A confundir a população. A justificar os absurdos que o Presidente da República fala – e não é que ele falou em janeiro do ano passado, quando a epidemia não estava aqui. Ele fala até agora. Passou um ano inteiro confundindo a população. Dando exemplo pessoal de como facilitar a disseminação do vírus. Isso sim é um crime que não pode ficar sem punição, eu acho. Nem sei qual a punição, isso nem cabe a mim, isso é coisa dos dos juristas.

A informação que eu recebi é que o primeiro a colocar esse vídeo foi o Ministro do Meio Ambiente. Aí você vê de onde vem, né

Sim, o filho do Presidente também.

É, pois é

Após um ano de pandemia, muitos brasileiros estão exaustos e desiludidos. Que mensagem o senhor teria para as pessoas que estão se sentindo assim?

Nós temos que resistir. Quando eu tinha seis, sete anos, minha avó me contava as histórias da gripe espanhola. Ela e meu avô tinham três filhos pequenos naquela época. Ela dizia: ‘ah, filho, você não imagina o que aconteceu aqui. A gente tinha que ficar fechado em casa, só saía correndo pra comprar alguma coisa na venda e trazia pra casa. E mesmo assim, a gente ia com muito medo porque as pessoas morriam, as famílias velavam durante a noite, e na manhã seguinte colocavam os corpos na calçada pras carroças levarem pra enterrar em valas coletivas.’ É uma história que eu ouvi de pequenininho, e tenho até hoje essa imagem dos corpos na calçada. A gente morava no Brás, que é um bairro operário aqui de São Paulo.

Nós somos descendentes – todos nós, você, eu e todos que estão nos lendo – de pessoas que sobreviveram à gripe espanhola e puderam deixar descendentes dessa maneira. Eles sobreviveram numa época [entre 1918 e 1920], em que eles tinham que ficar trancados em casa e não tinham nem rádio. Imagine.

Hoje, uma parte expressiva da população fica em casa com televisão, com internet, se falando pelo zoom, e a gente vai dizer que não aguenta mais? Tem que aguentar. Sai, máscara, volta. Não se aglomera, não fica se juntando com os outros, não é a hora, não vai ser assim pra sempre. Vai passar. Nós estamos vivendo os piores momentos, e agora é a hora que a gente tem que sobreviver, porque senão a gente não deixa descendentes, né?

Falando nisso, um dos nossos editores que leu o seu livro sobre corridas perguntou como o senhor tem se organizado pra manter as atividades físicas que tanto preza?

Eu não gosto tanto, eu faço porque é preciso [risos]. Eu estou convencido de que, se quiser envelhecer bem, você tem que fazer exercício. Fazer exercício é difícil. Nenhum animal desperdiça energia sem necessidade. Os animais gastam energia atrás de comida, atrás de sexo ou pra fugir de predadores. Com essas três necessidades garantidas, eles ficam parados, não se mexem. E nós também temos essa tendência. Mas eu estou convencido de que todo mundo quer viver muito, mas não a qualquer preço. Você não quer viver muito numa cadeira de rodas, dando trabalho pra família, né? Você quer viver muito legal, enquanto estiver bem. Quando não tiver mais, tudo bem, tá na hora de se despedir.

Então eu faço exercício mesmo. Agora eu tô com essa dificuldade das ruas, mas eu subo a escadaria do prédio. Eu faço isso há muitos anos, mas agora eu faço como exercício mesmo, pelo menos quatro vezes por semana. Meu prédio tem 16 andares, eu subo a escadaria, desço de elevador, subo de novo. Eu não vou falar quantas vezes eu faço isso, porque vocês vão achar que eu sou mentiroso.

Ah, fala, por favor. É mais de duas?

Muito mais que isso.

Dez?

Não, senhora, não vou falar. Lógico que você não vai pegar e subir 16 andares na primeira vez, mas você começa fazendo uma vez. O segredo é descer de elevador, porque na descida você machuca o joelho. E quando você desce, você faz aquele alongamento de dobrar o corpo e pôr a mão no pé, sem dobrar os joelhos. É importante isso. Seja aliado da Pública

Kakay: "Mainardi, Olavo, Moro e Bolsonaro se merecem"


Advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, respondeu à agressão do jornalista Diogo Mainardi, que insultou telespectadores e mandou o criminalista "tomar no c***", em plena emissora pública, a TV Cultura. "Ele merece meu mais profundo desprezo", disse Kakay. "Ele, Olavo, Moro e Bolsonaro se merecem", afirmou

29 de abril de 2021

Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e o jornalista Diogo Mainardi (Foto: Reprodução)


247 - O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, emitiu uma nota pra responder à agressão do jornalista Diogo Mainardi, que insultou telespectadores e mandou o criminalista "tomar no c***", numa emissora pública de São Paulo, a TV Cultura. De acordo com o advogado, Mainardi "abusou do direito de ser indelicado e agressivo no programa". "Ele merece meu mais profundo desprezo", disse.

"No final, ele se mirou em um de seus ídolos, o tal Olavo de Carvalho, e me agrediu verbalmente", disse Kakay. "Talvez ele precise de tratamento para superar a queda e a desmoralização dos seus ídolos, como insinuou o Haddad quando foi ao programa, ou talvez seja mesmo só essa figura patética e decadente. O Brasil é um país triste hoje em dia por ter um presidente do nível do Bolsonaro. O tal Diogo finge que é um crítico do Bolsonaro, mas são pessoas do mesmo naipe. Ele, Olavo, Moro e Bolsonaro se merecem", acrescentou.

Leia a íntegra na matéria publicada no Brasil 247 sobre a agressão de Mainardi contra Kakay:

"Um dos convidados do Manhattan Connection nesta quarta-feira (28), o advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, foi xingado por Diogo Mainardi ao final da edição, recebendo um bip que cobriu sua fala. 'Como diria Olavo de Carvalho, vai (piiii)', disse o jornalista, logo após o âncora, Lucas Mendes, agradecer a Kakay pela presença no programa", informa o blog Telepadi. A leitura labial identifica a frase “Vai tomar no c…”. Mendes emendou: “Boa noite, sem Olavo de Carvalho”. Assista a cena logo abaixo.

"Não me recordo de ter visto um anfitrião dizer isso a um convidado em um programa de TV, o que dirá em uma emissora que carrega Cultura no nome e princípios públicos no seu estatuto. Ainda que o canal tenha tido o cuidado de encobrir o xingamento, o nome feio aí é o de menos. Trata-se de uma postura inesperada para um programa norteado por ideias e argumentações", escreve ainda a jornalista Cristina Padiglione, responsável pelo blog.

Kakay foi insultado por que defendeu o estado de direito e condenou os abusos cometidos pelo ex-juiz Sergio Moro, recentemente declarado suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal e também apontado como agente de interesses internacionais, em reportagem especial do jornal francês Le Monde.

“Antonio Carlos, eu não estou a fim de ouvir as suas baboseiras. Você pra mim representa o atraso do desenvolvimento do Brasil”, começou Mainardi.

“Eu quero te responder, Diogo”, reagiu Kakay: “Uma vez eu estava conversando com Chico Anysio e ele me disse que quase todo humorista é mal-humorado. Eu não conheço muito a sua vida, mas acho você um humorista. Mas o humorista que é mal-humorado, ele tem que ter uma inteligência rara, e você ficou só no mau humor. É muito difícil, entendeu? A sua acidez, eu não sei onde ela leva.”


Brasil 247

terça-feira, 27 de abril de 2021

Moro e esposa viajam para os Estados Unidos e reforçam rumor de mudança


Após ser altamente desmoralizado no Brasil pelo vazamento de diálogos dos membros da Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro apareceu, em foto, com sua mulher, Rosângela Wolff Moro, nos Estados Unidos

27 de abril de 2021

Sergio Moro e Rosângela Moro (Foto: Reprodução)


247 - Após ser altamente desmoralizado no Brasil pelo vazamento de diálogos dos membros da Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro apareceu, em foto, com sua mulher, Rosângela Wolff Moro, nos Estados Unidos.

A foto reforçou o rumor de que ele estaria de saída do Brasil para morar nos EUA.

Na última quinta-feira, 22, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão anteriormente proferida pela Segunda Turma da Corte no sentido de declarar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos movidos contra o ex-presidente Lula na Lava Jato.


Brasil 247

China reage ao insulto de Paulo Guedes e Brasil pode ficar sem vacinas e insumos contra a Covid-19


Embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, foi ao Twitter e lembrou que, "até o momento", a China é o principal fornecedor de insumos e vacinas ao Brasil

27 de abril de 2021

(Foto: Reuters | Romulo Serpa/Agência CNJ)


247 – A agressão do ministro Paulo Guedes à China, que é o país que mais investe no Brasil, que mais compra produtos brasileiros e que mais fornece vacinas e insumos contra a Covid-19 ao País, não passou despercebida pelos canais diplomáticos chineses. Em tweet postado há poucos minutos, o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, mandou um claro recado ao Brasil. "Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A CoronaVac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil", disse ele.

No tweet, nada é tão importante quanto a expressão "até o momento" – o que significa que Guedes já garantiu seu lugar cativo na CPI do Genocídio.


Brasil 247

Camilo Santana diz que continuará lutando pela autorização da importação da Sputnik V


"Continuarei lutando por essa autorização"', diz governador do Ceará sobre Sputnik V

27 de abril de 2021
Camilo Santana (Foto: Rodrigo Rocha)


Sputnik - O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) afirmou nesta segunda-feira (26), que vai continuar tentando importar a vacina russa Sputnik V contra a Covid-19.

A declaração de Camilo Santana foi feita através de um post nas redes sociais.

Mais cedo, por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou o pedido de autorização excepcional para a importação do imunizante russo.

​​A análise dos diretores justificou o posicionamento alegando falta de dados e risco de doenças por falha na fabricação do imunizante russo.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) aprovou nesta segunda-feira (26) a liberação comercial da vacina russa Sputnik V. A decisão foi tomada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), ligada à pasta, e anunciada momentos antes da reunião da Anvisa sobre a importação da Sputnik V.

A CTNBio analisou a liberação comercial da Sputnik V a partir de informações apresentadas à pasta pelo laboratório brasileiro União Química, que deseja produzir o imunizante no Brasil.


Brasil 247

Embaixadores da América Latina e Europa querem diálogo com Lula


O ex-presidente Lula irá a Brasília na próxima semana para contatos políticos. Embaixadores latino-americanos e europeus manifestaram o desejo de encontrá-lo

27 de abril de 2021
Ex-presidente Lula (Foto: Stuckert)


247 - Lula deve incluir em sua agenda em Brasília na próxima semana, contatos com embaixadores.

Diplomatas de diferentes países, principalmente da América Latina e Europa, manifestaram interesse em se encontrar com o ex-presidente, informa o Painel da Folha de S.Paulo.

É crescente o número de diplomatas estrangeiros que querem manter conversações com Lula, que lidera as pesquisas eleitorais para 2022.


Brasil 247

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Gleisi: decisão contra Renan na CPI do Genocídio é 'articulação política do Judiciário' e fere a Constituição


Em entrevista à TV 247, a presidenta do PT classificou como interferência indevida do Judiciário no Congresso a liminar que impediu o senador Renan Calheiros de relatar a CPI do Genocídio. "Quem determina a relatoria de uma Comissão Parlamentar de Inquérito é o presidente da comissão", afirmou

26 de abril de 2021

(Foto: Agência Senado)


247 - A deputada Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, criticou a decisão do juiz Charles Renaud Frazão de Morais, da 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, que determinou que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) seja impedido de assumir a função de relator da CPI do Genocídio. O juiz acatou a um pedido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP).

Em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho no Boa Noite 247, Gleisi classificou a medida como uma interferência indevida do Judiciário no Congresso e disse que a escolha da relatoria da CPI é de prerrogativa do próprio Legislativo.

"Foi uma articulação política do Judiciário, por parte de uma deputada. Isso fere frontalmente a Constituição. Não se pode aceitar. Eu vi que o Renan vai recorrer e certamente terá ganho de causa, porque não tem como sustentar uma ação como esta. Quem determina a relatoria de uma Comissão Parlamentar de Inquérito é o presidente da comissão", acrescentou.

A presidenta do PT disse esperar que nesta terça-feira (26) esta decisão liminar seja revertida a tempo da primeira reunião da CPI, na qual o presidente escolherá o relator dos trabalhos.

O senador Renan Calheiros disse sobre a decisão que trata-se de “interferência indevida” do Poder Judiciário na atuação do Legislativo. “A decisão é uma interferência indevida que subtrai a liberdade de atuação do Senado. Medidas orquestradas pelo governo Jair Bolsonaro e antecipada por seu filho. A CPI é investigação constitucional do Poder Legislativo e não uma atividade jurisdicional”, afirmou.


Brasil 247

Senado não cumprirá decisão de juiz que proibiu Renan Calheiros de relatar CPI, diz presidente


Senador Rodrigo Pacheco anunciou que a decisão sobre a relatoria da CPI do Genocídio não compete à Justiça do DF. "Trata-se de questão interna corporis do Parlamento, que não admite interferência de um juiz", afirmou Pacheco

26 de abril de 2021
Renan Calheiros e Rodrigo Pacheco (Foto: Waldemir Barreto)


247 - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou que não vai cumprir a decisão desta segunda-feira (26) do juiz Charles Morai, da 2ª Vara Federal do Distrito Federal, que proibiu a nomeação do senador Renan Calheiros como relator da CPI do Genocídio.

Para Pacheco, não compete à Justiça do DF tomar tal decisão. "Trata-se de questão interna corporis do Parlamento, que não admite interferência de um juiz", afirmou o presidente do Senado, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

Na decisão, o juiz Charles Renaud Frazão de Moraes determinou que o nome de Renan Calheiros “não seja submetido à votação para compor a CPI em tela”. No entanto, os senadores são designados pelos partidos, e o relator é designado pelo presidente da comissão, este sim, eleito pelos pares.

Além disso, a decisão é endereçada ao presidente do Senado, quando tem a prerrogativa de decidir sobre a nomeação do relator é o presidente da comissão, que no caso será Omar Aziz.

O senador Renan Calheiros se manifestou sobre a decisão, dizendo que trata-se de “interferência indevida” do Poder Judiciário na atuação do Legislativo. “A decisão é uma interferência indevida que subtrai a liberdade de atuação do Senado. Medidas orquestradas pelo governo Jair Bolsonaro e antecipada por seu filho. A CPI é investigação constitucional do Poder Legislativo e não uma atividade jurisdicional”, afirmou Renan.


Brasil 247

Gilmar Mendes está prestes a decidir se estende parcialidade de Moro a outras acusações contra Lula


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes vai avaliar se estenderá a suspeição do ex-juiz a outros processos que miram Lula, informa a jornalista Bela Megale

26 de abril de 2021

Gilmar Mendes e o ex-presidente Lula (Foto: ABr | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)


247 - "Relator dos demais pedidos sobre a parcialidade de Sergio Moro na Lava-Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes vai avaliar, nos próximos dois meses, se estenderá a suspeição do ex-juiz a outros processos que miram Lula. A defesa do ex-presidente pediu ao ministro que estenda a parcialidade de Moro decretada pela Segunda Turma no caso do triplex a três processos que foram transferidos de Curitiba para a Justiça Federal de Brasília", escreve a jornalista Bela Megale em sua coluna no Globo.

"Uma das ações diz respeito ao sítio de Atibaia (SP) atribuído a Lula e as outras duas a transações entre a Odebrecht e o Instituto Lula. Gilmar garante a interlocutores que, no primeiro semestre, vai decidir o caso. O ministro votou a favor da suspeição de Moro no processo do triplex e desponta, com Ricardo Lewandowski, como um dos magistrados mais críticos a Moro e à Lava-Jato no STF".

"Lula e seus advogados estão otimistas e acreditam que Gilmar estenderá a suspeição aos demais casos já que Moro atuou em todas as ações. Com isso, o juiz que recebe as investigações não pode usar nenhum material produzido pela Lava-Jato de Curitiba nos processos em que Moro for decretado suspeito. Isso já está imposto no caso do triplex do Guarujá", escreve a jornalista.


Brasil 247

Cineasta chinesa se consagra com Oscar de melhor filme e direção


O filme "Nomadland" foi o grande vencedor do Oscar deste ano, ganhando as estatuetas de melhor filme, melhor atriz e melhor direção

26 de abril de 2021
Chloé Zhao (Foto: divulgação)


247 - O filme "Nomadland, de Chloé Zhao, levou três estatuetas nas principais categorias do Oscar e sai como o grande vencedor da noite, na primeira edição da premiação que acontece durante a pandemia.

A diretora chinesa ainda fez história como a primeira asiática a ganhar uma estatueta de melhor direção. Ela também foi a segunda mulher premiada na categoria em 93 anos de prêmio (Kathryn Bigelow levou em 2010 por "Guerra ao Terror").

Destaque também para a protagonista Frances McDormand, que também fez as vezes de produtora do longa. A atriz idealizou o filme depois de ler o livro homônimo de Jessica Bruder e convidou Chloé Zhao para roteirizar e dirigir "Nomadland". Com o trabalho, levou para casa o quarto Oscar da carreira.

O melhor filme do Oscar 2021 estreia oficialmente nos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira (29), informa o UOL.


Brasil 247

CPI do genocídio pode fazer 23 acusações contra atos do governo Bolsonaro que até agora provocaram quase 400 mil mortes


Governo está com medo das acusações que pode sofrer na CPI do genocídio, por isso Casa Civil orientou ministérios a rebatê-las

26 de abril de 2021

Sepultadores cavam covas no cemitério de Vila Formosa, em São Paulo, em meio à pandemia de Covid-19 08/08/2020 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


247 - A Casa Civil da Presidência da República enviou a 13 ministérios uma lista de 23 temas em que o governo pode ser acusado pela CPI do genocídio e pede que cada pasta elabore relatórios contra-atacando

Segundo levantamento do Globo, as possíveis acusações se referem à negligência com processo de aquisição da vacina Coronavac. Repetidas vezes, Bolsonaro tentou desacreditar a eficácia da Coronavac e ainda disse: "A da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população".

O governo Bolsonaro teme também que seja acusado de ter minimizado a gravidade da pandemia. Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV em 24 de março de 2020, Bolsonaro comparou a Covid-19 a uma “gripezinha”.

Durante a pandemia o governo não incentivou a adoção de medidas restritivas da circulação de pessoas, promoveu tratamento precoce sem evidências científicas comprovadas, retardou e negligenciou o enfrentamento à crise no Amazonas, não promoveu campanhas de prevenção à Covid-19 e não coordenou o enfrentamento à pandemia em âmbito nacional.

O governo Bolsonaro demorou a pagar auxílio emergencial, politizou a pandemia, falhou na implementação da testagem, a ponto de deixar os testes vencerem sem aplicação e foi negligente no abastecimento do país com insumos, inclusive o kit intubação.

As apurações da CPI do genocídio podem ainda evidenciar que houve atraso no repasse de recursos para os Estados destinados à habilitação de leitos de UTI e genocídio de indígenas.

A CPI do genocídio vai apurar também outras atutudes do governo que prejudicaram o enfrentamento da pandemia, inclusive desídia administrativa e divukgação de fake news.


Brasil 247

CPI do genocídio pode abrir caminho para impeachment de Bolsonaro


Jair Bolsonaro fez falas comprometedoras e conduziu mal o enfrentamento da pandemia, o que pode levar a CPI do Senado sobre o genocídio a fornecer elementos para responsabilizá-lo e criar ambiente favorável ao impeachment

26 de abril de 2021

(Foto: Divulgação)


247 - Será instalada nesta terça-feira (27) no Senado Federal a CPI do genocídio, que irá apurar ações e omissões do governo federal na pandemia.

As investigações vão esclarecer sobre o envolvimento de Jair Bolsonaro na péssima conduta do seu governo no enfrentamento à pandemia e fornecer elementos para sua eventual responsabilização.

Especialistas entendem que as falas e a postura de Bolsonaro, que sistematicamente negou a gravidade da pandemia e se opôs às medidas de isolamento recomendadas pela comunidade científica nacional e internacional, são suficientes para dar indicações a órgãos competentes para responsabilizá-lo, destaca reportagem da Folha de S.Paulo.

Caso o relatório aponte, por exemplo, que o presidente cometeu crimes de responsabilidade, cabe ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avaliar se pauta ou não a votação de abertura de um processo de impeachment.


Brasil 247

domingo, 25 de abril de 2021

KAKAY: TEMOS OBRIGAÇÃO DE FAZER A DENÚNCIA PARA A INVESTIGAÇÃO E FUTURA ...



TV 247

Janio de Freitas cobra a suspeição de outros juízes, como Gebran, do TRF-4


O colunista lembra que Sergio Moro não agiu sozinho no processo de lawfare contra o ex-presidente Lula

25 de abril de 2021
Lula, TRF-4 e Gebran Netto (Foto: Brasil247 | Divulgação | ABR)


247 – Em seu artigo deste domingo, o colunista Janio de Freitas lembra que outros magistrados foram também suspeitos na perseguição judicial empreendida contra o ex-presidente Lula. "Nem concluída ainda a votação, o Supremo Tribunal Federal já confirma a parcialidade de Sergio Moro contra o ex-presidente Lula da Silva, e nisso traz dois sentidos subjacentes. Se por um lado recompõe alguma parte da questionada respeitabilidade judiciária, por outro acentua a omissão protetora aos parceiros na deformação, pelo então juiz e a Lava Jato, do processo de eleição para a Presidência", afirma,

"O objeto da condenação —o apê em retribuição a negócio escuso na Petrobras— integrava o colar dos atos criminosos alegados. Mas o Supremo confirma a falsidade da inclusão. Essa constatação que expõe Moro dá oportunidade a outra figura raiada, em que ele e Dallagnol ocupem o centro, com raios projetados até os procuradores. O TRF-4 tem a mesma oportunidade gráfica, com o juiz Gebran ao centro", aponta.


Brasil 247

sábado, 24 de abril de 2021

“Se Moro se mudar para os EUA, pediremos sua extradição”, diz Marco Aurélio de Carvalho


"Se isso acontecer, vamos ter de pedir a extradição no Brasil pelos crimes que ele cometeu contra a democracia e contra o sistema de justiça brasileiro", disse Marco Aurélio de Carvalho, membro do Grupo Prerrogativas, em referência a uma possível mudança de Sérgio Moro para os EUA, após o ex-juiz ser declarado parcial e suspeito pelo STF nos processos contra Lula

24 de abril de 2021

Advogado Marco Aurélio de Carvalho e o ex-juiz Sérgio Moro (Foto: Brasil 247 / Divulgação)


247 - Coordenador do Grupo Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho afirmou que poderá ser feito um pedido de extradição de Sérgio Moro, caso o ex-juiz vá morar nos Estados Unidos, após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal por causa de sua parcialidade contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um colega do ex-magistrado foi quem disse que Moro estuda novamente se mudar para os EUA.

"Se isso acontecer, vamos ter de pedir a extradição no Brasil pelos crimes que ele cometeu contra a democracia e contra o sistema de justiça brasileiro", afirmou Carvalho. "Ele precisa responder pela violação do nosso Sistema de Justiça e pelos crimes que cometeu contra a soberania nacional".

Em julgamento nesta quinta-feira (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão anteriormente proferida pela Segunda Turma da Corte no sentido de declarar a suspeição de Moro nos processos contra Lula.

O Supremo também decidiu que os processos contra o ex-presidente devem tramitar no Judiciário de Brasília (DF) e não no de Curitiba (PR).


A Corte já havia anulado, no dia 15 deste mês, as condenações de Lula, que teve seus direitos políticos devolvidos e está apto para, eventualmente, disputar a eleição presidencial de 2022.




Brasil 247

PRONUNCIAMENTO HISTÓRICO DE FELIPE NETO NA ENTREVISTA AO GRUPO PRERROGAT...




Grupo Prerrogativas

Moro termina na lata de lixo da História, diz Cristina Serra


"O ex-presidente Lula, impedido por Moro de concorrer em 2018, está livre para disputar em 2022. E Moro irá para o lugar reservado aos canalhas", aponta a jornalista

24 de abril de 2021

Cristina Serra, Deltan Dallagnol e Sergio Moro (Foto: Reprodução | ABr)


247 – A jornalista Cristina Serra, uma das principais articulistas da Folha de S. Paulo, afirma que o ex-juiz Sergio Moro, condenado por parcialidade e suspeição pelo Supremo Tribunal Federal, e apontado por reportagem do Le Monde como um personagem que traiu o Brasil atuou a serviço dos Estados Unidos, terminará seus dias na lata de lixo da história, em artigo publicado neste sábado.

"A Vaza Jato mostrou que o ex-juiz Sergio Moro sugeriu pistas, informantes e estratégias aos procuradores da Lava Jato, ou seja, tramou fora dos autos como chefe da investigação. Violou o direito básico do réu a um juiz imparcial e desprezou o código de ética da magistratura", escreve Cristina.

"O ex-presidente Lula, impedido por Moro de concorrer em 2018, está livre para disputar em 2022. E Moro irá para o lugar reservado aos canalhas: a lata de lixo da história", finaliza.


Brasil 247

Viúva de Moro, Globo diz que Lava Jato acabou, após derrota do ex-juiz no STF


Jornal da família Marinho lamenta derrota do ex-juiz parcial e suspeito no Supremo Tribunal Federal

24 de abril de 2021

Globo e Moro (Foto: Jeferson Miola)


247 – O jornal O Globo, dos irmãos Marinho, publicou editorial neste sábado, em que lamenta a derrota do ex-juiz Sergio Moro, condenado por parcialidade e suspeição na perseguição empreendida contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi mantido como preso político durante 580 dias para que não pudesse disputar e vencer as eleições presidenciais de 2018.

"Pode até haver motivos jurídicos para justificar a decisão tomada pelo plenário. Mas, no mundo real, longe do universo estéril das discussões acadêmicas, o efeito está claro: como seu principal símbolo, a Lava-Jato acabou. A operação que pela primeira vez levou para trás das grades empresários e políticos do mais alto escalão virou história. Com ela, o país desperdiçou uma oportunidade de amadurecimento institucional, uma possibilidade de substituir a impunidade e o capitalismo de compadrio seculares por um ambiente de negócios mais justo, mais maduro e mais eficiente. Quem perdeu não foi só Barroso, como afirmou Gilmar. Quem perdeu foi o Brasil", escreveu o editorialista.

No entanto, a despeito da posição do Globo, reportagem do Le Monde aponta Moro como um personagem que traiu o Brasil atuou a serviço dos Estados Unidos.


Brasil 247

sexta-feira, 23 de abril de 2021

A dimensão histórica da vitória judicial de Lula


Deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirma ser "irreparável" o custo da perseguição judicial contra o ex-presidente, "que ficou 580 dias preso ilegalmente". "Para o Brasil, que teve o Judiciário desacreditado por setores corrompidos do sistema judicial; para setores estratégicos da economia brasileira e para a própria soberania nacional. E principalmente para o povo"

23 de abril de 2021

Ex-presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)


Nunca houve uma campanha de perseguição tão cruel e sistemática contra um líder político do povo como a que foi desencadeada contra o presidente Lula pelas forças mais poderosas e reacionárias do país nos últimos cinco anos.

Nunca tantos agentes e instrumentos foram mobilizados de forma sincronizada e determinada, dentro e fora do país: um setor engajado do sistema judicial incrustado em todas as instâncias, incluindo o procurador-geral da República; a Globo e as redes de TV, os maiores jornais e revistas; partidos políticos, associações empresariais e corporações das elites; manipuladores da fé e fabricantes de mentiras; procuradores e até diplomatas de potências estrangeiras. Todos contra Lula.

Nunca foi tão nítido o ódio de classe concentrado contra uma só pessoa: um líder que nasceu e cresceu entre as camadas mais pobres da população, um legítimo filho da maioria excluída historicamente dos direitos de cidadania, da representação política e do processo social no Brasil. Um líder que, vindo das lutas populares, lançou a semente do Partido dos Trabalhadores para que o povo tivesse sua própria voz e fizesse história com as próprias mãos.

Lula foi perseguido porque desafiou o preconceito e a mentalidade escravagista dos que sempre mandaram neste país. Porque seu governo cuidou primeiro de vencer a fome, olhou primeiro para os que tinham sede, que pediam terra, trabalho, escola, saúde e justiça. Porque cumpriu o compromisso com a soberania e fez do Brasil um protagonista mundial em todos os setores, contrariando interesses econômicos e projetos geopolíticos. Lula foi perseguido porque sua trajetória e seu governo deram sentido concreto à palavra democracia.

Foi para excluir esta liderança popular do processo político e até da memória do país que se juntaram tantos elementos de força em torno da farsa judicial finalmente encerrada ontem, num histórico 22 de abril, pela maioria do Supremo Tribunal Federal. Como em todas as etapas desta farsa, também este julgamento é excepcional, pois trata-se de levar a uma quinta instância, inexistente na Constituição e no Regimento do STF, um caso já julgado pelo próprio Supremo, que foi a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Mas o fato é que a Justiça foi feita afinal.

Foi realmente, como disseram os advogados de Lula, uma vitória do direito contra o arbítrio. Uma vitória construída na luta, na irresignação frente aos abusos, na solidariedade nacional e internacional a Lula e à causa da justiça. O PT renova o reconhecimento e a gratidão a todos que contribuíram para que esta vitória se tornasse possível, contra tudo e contra todos que tentaram fazer a história andar para trás.

É imenso e irreparável o custo desta perseguição; para Lula pessoalmente, que ficou 580 dias preso ilegalmente, teve perdas e sofrimentos irreparáveis; para o Brasil, que teve o Judiciário desacreditado por setores corrompidos do próprio sistema judicial; para setores estratégicos da economia brasileira e para a própria soberania nacional. E principalmente para o povo brasileiro: os milhões condenados ao desemprego pela perversidade da Lava Jato e o conjunto da população governada por um presidente que só foi eleito por causa da cassação ilegal, violenta e arbitrária de Lula em 2018.

Ainda vamos tirar muitas lições deste processo em que os instrumentos e instituições da democracia foram manipulados contra a própria democracia. Que nunca mais isso venha ocorrer.

A lição mais relevante neste momento é que vale a pena lutar, que valeu cada mobilização, cada gesto de indignação e de resistência para tornar Lula Livre, plenamente livre, com sua inocência das acusações falsas reconhecida na mais alta corte do país. Valeu a pena lutar para que o Brasil e o povo brasileiro voltem a ter confiança em nossa força e esperança de mudar.

Como disse o companheiro Lula no dia em que partiu para sua prisão injusta: ninguém é capaz de prender uma ideia. E a ideia de um país mais justo, solidário, soberano, capaz de vencer a desigualdade e a injustiça, está renovada e fortalecida nesse dia de vitória. Hoje começa uma nova etapa na história do Brasil e das lutas do nosso povo. E o PT está presente nestas lutas, fazendo história com o nosso povo.

Lula Livre!

Justiça para o Brasil e para o povo brasileiro!



Brasil 247