Numa decisão que agrada ao Planalto, presidente do Senado remarca a instalação da CPI do Genocídio de quinta-feira (22) para o dia 27. Alegação é de que o feriado de Tiradentes esvazia a presença dos parlamentares. Governo usará tempo para tentar tirar Calheiros da relatoria
20 de abril de 2021
Bolsonaro e Pacheco (Foto: Alan Santos/PR)
247 - Num gesto entendido em Brasília como de agrado a Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), comunicou, na noite desta segunda-feira (20) aos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) que a reunião de instalação da CPI da Covid, antes prevista para a próxima quinta-feira, será apenas no dia 27 -a informação é do Correio Braziliense.
A justificativa que, em razão do feriado Tiradentes, nesta quarta, ficaria difícil garantir a presença dos senadores.A decisão de Pacheco é um alívio temporário para o governo, que, após fracassar na tentativa de barrar a CPI, terá mais tempo para tentar mudar integrantes do colegiado, com o objetivo de garantir uma correlação de forças menos desfavorável.
Dos 11 titulares da comissão, apenas quatro são aliados do presidente Jair Bolsonaro. O Planalto terá mais folga, também, para aprofundar articulações visando à retirada de Renan Calheiros (MDB-AL) da relatoria da CPI. O senador alagoano tem sido alvo de pesados ataques de bolsonaristas nas redes sociais desde que seu nome foi indicado para a função e pediu ao Twitter a exclusão de mais três mil contas vinculadas a essas agressões.
Mesmo com o adiamento da reunião de instalação, os preparativos para os primeiros dias de funcionamento da CPI poderão ser de forte pressão sobre o governo. Além de requerimentos para a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de ex-ocupantes da pasta e do ex-chanceler Ernesto Araújo, senadores pretendem ouvir o titular da Economia, Paulo Guedes. Outra discussão em curso é a possibilidade de compartilhamento de informações com a CPMI Mista (CPMI) das Fake News, com o objetivo de apurar a disseminação de notícias falsas sobre vacinas e outros assuntos relacionados à pandemia.
Relatório do TCU aponta que o governo Jair Bolsonaro não reservou dinheiro para o enfrentamento à pandemia de Covid-19 no Orçamento de 2021. Até março, a União também não havia sido repassado recursos para que os demais entes federativos atuassem na crise sanitária. O relatório do TCU será uma das peças-chave da CPI.
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário