A redução de impostos sobre vários produtos, as medidas relativas
ao crédito, e mais a redução da taxa de juros Selic (uma política
adotada pelo governo Dilma Rousseff desde agosto pp. - houve nova diminuição esta semana) vão estimular a economia para 2012.
Mas é preciso ter presente que a queda do PIB é grande e vai exigir aumento dos investimentos, além da defesa comercial e uma política agressiva de conteúdo nacional e de articulação entre Estado e empresas, tanto para ocupar mercados externos como para adensar nossa cadeia produtiva.
Precisamos colocar o Eximbank em funcionamento
Para isso, é preciso retomar a criação do Eximbank - que o ministro Mantega bem podia destravar e incluir entre as novas iniciativas que pode tomar ainda este ano - e do Banco do Sul. E consolidar empresas, impor um modelo de associação entre as estrangeiras e as nacionais, ou a transferência de tecnologia. Sem deixar de estabelecer as garantias para um grau elevado de nacionalização da produção.
Este é o roteiro para enfrentar o novo cenário internacional nascido com a crise econômica global de 2008-2009, que se desdobrou na atual crise europeia. O reparo e cobrança que faço não me impedem, porém, de considerar exagero a análise feita hoje, na Folha de S.Paulo, por um de seus principais analistas econômicos, Vinicius Torres Freire.
Discordo de sua definição de que as medidas anunciadas ontem pela área econômica do governo constituem apenas "meia dúzia de decisões díspares num conjunto improvisado". Vinicius resume o alcance destas mais recentes iniciativas governamentais.
As medidas são necessárias, mas precisam ser ampliadas
O governo tomou as medidas adequadas, possíveis e necessárias para o momento para incentivar os investimentos e o crédito e não apenas para ampliar o consumo via redução de impostos. Ainda que o ideal, o articulista tem razão, é que venham mais.
A redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) visa estimular empréstimos e investimentos estrangeiros, diretos e em ações. O êxito nesse item, depende da crise, de seus desdobramentos, mas a medida pode estimular sim, a vinda de capitais hoje com medo do risco europeu.
As outras decisões, como a redução de impostos sobre pão e massas e sobre produtos da linha branca já são conhecidas pelos brasileiros e tiveram efeito positivo. Podem ter o mesmo resultado as relacionadas a devolução dos créditos dos exportadores, que visam melhorar a situação dessas empresas com a possível queda das exportações e de sua rentabilidade.
Leiam, também, a análise do Vinicius Torres Freire, em seu artigo Depois da transfusão, ressaquinha, na Folha de S.Paulo.
Foto Valter Campanato/ABr
Blog do Zé Dirceu
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