terça-feira, 1 de julho de 2014

Pré-sal já dá 500 mil barris/dia: "Sensacional"



Oito anos após descoberta da província petrolífera, Petrobras atinge novo recorde de extração no pré-sal: 520 mil barris no dia 24 de junho; petróleo vem de 25 poços produtores; mesmo com parcerias, estatal fica com 78% produção, equivalentes a 406 mil barris/dia; no Rio de Janeiro, presidente Dilma Rousseff, ao lado da presidente da estatal, Graça Foster, liderou cerimônia de comemoração; entrega à Petrobras das áreas excedentes à cessão onerosa foi defendida; novas áreas têm potencial de 15 bilhões de barris de petróleo; "É sensacional saber que essa empresa, que pertence aos brasileiros, tem todas as condições para realizar essa exploração", saudou Dilma; "A cada avanço da Petrobras volta o alarido das forças que quiseram tirar o 'bras' de Brasil para colocar o 'brax' dos estrangeiros, mas isso não nos intimida", cravou a presidente mirando a oposição

1 de Julho de 2014 às 12:49




247 – O pré-sal está se comprovando, a cada dia que passa, o maior estofo de produção da Petrobras. Na terça-feira 24, a extração de 25 poços da província do pré-sal resultou em 520 mil barris, um recorde histórico para a estatal. Na sede da Petrobras, nesta terça-feira 1, uma cerimônia com a presidente Dilma Rousseff foi realizada para comemorar a marca.

- A solidez, os avanços e as conquistas de uma empresa do porte e da importância estratégica da Petrobras só podem ser compreendidas numa cadeia ininterrupta de sucessos. Não vai ser um ou outro fato isolado que irão mudar essa história, disse Dilma. Ela lembrou que a exploração do pré-sal foi desacreditada por muitos comentaristas

- Mas hoje o que temos são esses 500 mil barris que vão sendo extraídos a cada dia, em tempo recorde, pela Petrobras, continuou a presidente. "É um resultado sensacional para oito anos de trabalho", acentuou, referindo-se ao tempo entre a descoberta da jazida e o atual momento.

Dilma defendeu a decisão do Conselho Nacional de Política Enérgica de contratar a Petrobras para explorar quatro áreas que não foram leiloadas pelo regime de cessão onerosa.

- Essa decisão do governo, de dar à Petrobras a missão desafiadora de explorar essas novas e imensas reservas, que podem chegar a 15 bilhões de barris, demarca definitivamente o papel estratégico da Petrobras no desenvolvimento do País, prosseguiu a presidente.

Dilma atacou os críticos da entrega dos novos campos à Petrobras:

- Agora, quando a Petrobras experimenta um novo avanço, volta o alarido das forças que, no passado, quiseram trocar o 'bras' de Brasil pelo 'brax' dos estrangeiros. Mas isso não nos intimida".

A presidente afirmou que os opositores de hoje também foram contra o estabelecimento do regime de partilha. Dilma contabilizou que, nos próximos anos, os recursos do pré-sal renderão cerca de R$ 1 trilhão e 300 bilhões em impostos a serem destinados ao setor da educação.

- As previsões dos que não acreditavam e combatiam a presença da Petrobras no pré-sal serão enterradas na imensidão dos mares, cravou a presidente.

HOMENAGEM - O geólogo Guilherme de Oliveira Estrela, diretor aposentado da Petrobras, ganhou uma placa comemorativa pela liderança da equipe técnica que descobriu o pré-sal. "Essa vitória é um produto de 60 anos de história da companhia", disse Estrela.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, procurou ressaltar a importância da produção do pré-sal e da obtenção, junto ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), da resolução sobre a cessão à estatal do excedente de poços além da cessão onerosa. "Temos entre 10 a 15 bilhões de barris de petróleo recuperáveis no pré-sal", saudou ela. "Todos os dados de reservatórios que temos nos levam a crer que temos um excepcional potencial de produção". Graça acentuou que o planejamento estratégico da Petrobras, divulgado em 25 de fevereiro, "foi a maior das decisões tomadas aqui".

A presidente da Petrobras justificou pela meta de 4 milhões de barris de petróleo por dia, entre os anos de 2020 a 2030, o pedido feito ao CNPE, pela estatal, para ficar com as áreas que não foram leiloadas no processo de cessão onerosa. Graça assegurou que a Petrobras tem todas as condições de explorar as novas áreas. "Dos 17 poços perfurados até aqui, 12 já foram testados e todos tiveram 100 por cento de sucesso", frisou ela. "Não há sinais, até 2030, de qualquer necessidade de capitalização na Petrobras, mantidas as linhas do plano estratégico". Graça Foster disse que, dentro estatal, "estamos todos muito entusiasmados com o que temos feito".

O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu a decisão do CNPE. "Alguns dizem que estaríamos cometendo uma violência contra outras petroleiras, mas tudo o que se fez está nos marcos da lei, formulada no governo e debatida à exaustão com o Congresso", sustentou. "A lei é sábia tanto ao permitir a cessão onerosa quanto a determinação à Petrobras", frisou.

O diretor de Exploração e Produção. José Miranda Formigli Filho, abriu a cerimônia. "É um momento muito especial para os petroleiros", frisou. Ele lembrou que as perfurações no pré-sal estão apresentando "cem por cento de resultados". Um dos principais diretores da estatal, Formigli lembrou que, antes da obtenção do petróleo, a Petrobras enfrentou críticas técnicas sobre a extração. "Com o passar do tempo, nós e os nossos sócios conseguimos superar todos os obstáculos".

O executivo da estatal citou comentários, "inclusive feitos em inglês", de que brocas poderiam derreter, fluidos congelariam e paredes de retenção de poços iriam ruir. "Nada disso aconteceu, o que temos são esses mais de 500 mil barris por dia para comemorar. Houve todo um plano diretor", completou.

Em 26 de dezembro de 2010, a Petrobras atingiu os primeiros 100 mil barris/dia no pré-sal. "A produção tem sido crescente e vai continuar a aumentar", frisou. "Há momentos em que temos de fazer paradas, mas isso é necessário para fazer interligações de gasodutos. Na sequência, aumentamos a produção de novo ". Nesta terça 1, sublinhou Formigli, a Petrobras terá extraído, às 17h00, 510 mil barris do pré-sal. Para efeito de comparação, o diretor lembrou que a produção do Golfo do México levou 20 anos para chegar aos 500 mil barris/dia, enquanto no pré-sal essa marca foi atingida em oito anos. "Em 2017, teremos mais de um milhão de barris/dia", projetou ele.

O ministro Lobão lembrou que, em 2007, durante reunião do CNPE chefiada pelo então presidente Lula, tomou-se a decisão de governo de suspender as licitações de 40 blocos petrolíferos e mudar o modelo até então vigente de concessões. "Num grupo de trabalho que tinha a então chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como líder, criamos o modelo de cessão onerosa e compartilhada", registrou Lobão. "Naquele tempo, o pré-sal era apenas uma promessa, mas estávamos convictos, pelas informações dos técnicos, de que apenas alguns anos seriam suficientes para que a realidade se apresentasse. Hoje podemos comprovar a decisão acertada naquele tempo".
 
 
Brasil 247

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