Ao promover sua capa "Vai sobrar para ela?" desta semana no Facebook, sobre o que acontecerá com a presidente Dilma Rousseff após a Copa, os marqueteiros de Veja perguntam: "Alguém arrisca um chute?"; a metáfora foi compreendida pelos leitores da revista; Daiany Bitencourt, por exemplo, responde: "eu queria arriscar um chute na cara dela!"; é assim que a revista manipula os instintos primitivos do seu público; embora todos os presidenciáveis tenham torcido pela seleção e divulgado imagens a respeito disso, Veja trabalha para que os 7 a 1 sofridos contra a Alemanha sejam debitados na conta de Dilma
12 de Julho de 2014 às 16:17
247 - "Vai sobrar para ela?", pergunta a capa de Veja desta semana, como se o resultado de uma partida de futebol (a derrota de 7 a 1 para a Alemanha no Mineirão) tivesse algo a ver com eleições presidenciais.
Antes da derrota fatídica no Mineirão, todos os presidenciáveis divulgaram imagens torcendo para a seleção brasileira. Dilma, por exemplo, usou o Twitter para imitar uma brincadeira do craque Neymar, conhecida como "É tóisss". O tucano Aécio Neves vestiu a camisa da seleção, ao lado da esposa Letícia, assim que nasceram seus filhos gêmeos, que também ganharam uniformes da equipe. E Eduardo Campos distribuiu imagens de uma partida que assistiu ao lado do craque Romário, que é filiado ao PSB.
É do jogo. Políticos, desde que o mundo é mundo, torcem para suas seleções. Estranho seria se torcessem para equipes adversárias.
No entanto, mais do que qualquer outra publicação, Veja politiza a Copa do Mundo. Primeiro, previu caos aéreo e que os estádios ficariam prontos apenas em 2038, para que a raiva da sociedade fosse dirigida ao PT. Agora, diante do sucesso da organização do Mundial, tenta debitar na conta de Dilma o fracasso de uma equipe de futebol mal preparada para a semifinal contra a Alemanha.
O descaramento de Veja, no entanto, vai além. Ao promover sua capa desta semana no Facebook, a publicação sugere que leitores deem pontapés em Dilma, ao perguntar "Alguém arrisca um chute?" sobre o que acontecerá com Dilma no pós-Copa (confira aqui). A primeira resposta, da leitora Daiany Albuquerque, é emblemática: "eu queria arriscar um chute na cara dela" - um sinal de que a sutileza de Veja foi bem compreendida por seus leitores.
Na reportagem interna, a revista da Editora Abril, que enfrenta grave crise financeira e transfere títulos para a Editora Caras (leia mais aqui), também propõe que os adversários de Dilma apelem para a xenofobia, caso a Argentina de Messi supere a Alemanha na final da Copa. "Dilma, que tinha a esperança de entregar o troféu do hexa à seleção brasileira, corre o risco de ter de passá-lo às mãos dos argentinos, nossos maiores rivais no futebol, em pleno Maracanã. Uma imagem que, para azar da presidente, vale mais do que mil palavras em qualquer propaganda eleitoral."
Quanta estupidez!
12 de Julho de 2014 às 16:17
247 - "Vai sobrar para ela?", pergunta a capa de Veja desta semana, como se o resultado de uma partida de futebol (a derrota de 7 a 1 para a Alemanha no Mineirão) tivesse algo a ver com eleições presidenciais.
Antes da derrota fatídica no Mineirão, todos os presidenciáveis divulgaram imagens torcendo para a seleção brasileira. Dilma, por exemplo, usou o Twitter para imitar uma brincadeira do craque Neymar, conhecida como "É tóisss". O tucano Aécio Neves vestiu a camisa da seleção, ao lado da esposa Letícia, assim que nasceram seus filhos gêmeos, que também ganharam uniformes da equipe. E Eduardo Campos distribuiu imagens de uma partida que assistiu ao lado do craque Romário, que é filiado ao PSB.
É do jogo. Políticos, desde que o mundo é mundo, torcem para suas seleções. Estranho seria se torcessem para equipes adversárias.
No entanto, mais do que qualquer outra publicação, Veja politiza a Copa do Mundo. Primeiro, previu caos aéreo e que os estádios ficariam prontos apenas em 2038, para que a raiva da sociedade fosse dirigida ao PT. Agora, diante do sucesso da organização do Mundial, tenta debitar na conta de Dilma o fracasso de uma equipe de futebol mal preparada para a semifinal contra a Alemanha.
O descaramento de Veja, no entanto, vai além. Ao promover sua capa desta semana no Facebook, a publicação sugere que leitores deem pontapés em Dilma, ao perguntar "Alguém arrisca um chute?" sobre o que acontecerá com Dilma no pós-Copa (confira aqui). A primeira resposta, da leitora Daiany Albuquerque, é emblemática: "eu queria arriscar um chute na cara dela" - um sinal de que a sutileza de Veja foi bem compreendida por seus leitores.
Na reportagem interna, a revista da Editora Abril, que enfrenta grave crise financeira e transfere títulos para a Editora Caras (leia mais aqui), também propõe que os adversários de Dilma apelem para a xenofobia, caso a Argentina de Messi supere a Alemanha na final da Copa. "Dilma, que tinha a esperança de entregar o troféu do hexa à seleção brasileira, corre o risco de ter de passá-lo às mãos dos argentinos, nossos maiores rivais no futebol, em pleno Maracanã. Uma imagem que, para azar da presidente, vale mais do que mil palavras em qualquer propaganda eleitoral."
Quanta estupidez!
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário