4 de março de 2015 | 10:27 Autor: Fernando Brito
O guarda de trânsito que aceita ou pede uma propina é a essência da corrupção policial?
A corrupção no Brasil, como num batalhão da PM, não depende do coronel que o comanda.
Ponha Jesus Cristo no comando do 15° Batalhão da PM, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e haverá corrupção.
Não houve nenhuma campanha eleitoral de grande porte neste país (exclua daí os candidatos que “marcam posição” e nem todos) que não tenha recebido dinheiro de empresas.
Todos.
As doações são legais, embora seja imoral que empresas financiem – e com abatimento no Imposto de Renda! – candidatos.
Embora isso não seja verdade em todos os casos, o que impede uma empresa de “lavar” o dinheiro de um sobrepreço em licitações doando legalmente ao candidato?
Ou o dinheiro que as empreiteiras deram ao PT é “sujo e da corrupção” e o que deram ao PSDB, ao PMDB, ao DEM e a todos os outros é “limpinho e cheiroso”?
É claro que a proibição de doações empresariais não vai tornar a política brasileira um monastério. Mas, somada à criminalização do “caixa 2″ – que hoje só existe para a esquerda, vai tornar muito menor, mais difícil e arriscada a corrupção verdadeira.
E, às campanhas, mais baratas.
Depois que os Estados Unidos, há alguns anos, liberalizaram os critérios de doações empresariais, o gasto das campanhas presidenciais mais que triplicaram!
Mas quem se interessa, mesmo, em acabar com a corrupção que o dinheiro faz sobre a política, muito mais que sobre os políticos?
Quem é que deseja que o poder econômico deixe de ser a diferença entre os candidatos que buscam votos, que fazem “dobradinhas” com prefeitos, vereadores, deputados estaduais, sem as quais não se elegeriam (daí como se animam com o voto distrital)?
Perguntem ao Ministro Gilmar Mendes, a quem o país deve o engavetamento, já por 11 meses, da decisão tomada por 6 votos a um proibindo o financiamento privado das campanhas.
O problema da hipocrisia é o de que ela não resiste a um raciocínio honesto.
Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário