Atingida em plena campanha eleitoral do ano passado com a acusação de que teria recebido recursos do doleiro Alberto Youssef, quando se elegeu senadora, em 2010, a ex-ministra Gleisi Hoffmann, do PT, recebe uma reparação tardia; em depoimento prestado na Lava Jato, o delator premiado Rafael Ângulo, que seria o entregador de recursos de Youssef, afirmou não ter conhecimento sobre qualquer fato relacionado à senadora Gleisi; segundo Youssef, Ângulo teria sido o portador do dinheiro; choque entre versões de delatores têm sido comuns na Lava Jato; ex-ministro Antonio Palocci também foi citado por Paulo Roberto Costa, que depois acabou desmentido por Youssef
24 DE MAIO DE 2015 ÀS 05:48
Paraná 247 - No segundo semestre do ano passado, quando enfrentava o atual governador Beto Richa, na disputa pelo Palácio Iguaçu, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) recebeu um disparo fatal para sua candidatura. Num dos vazamentos da Lava Jato, foi acusada de ter recebido R$ 1 milhão do esquema do doleiro Alberto Yousseff, quando se candidatou e se elegeu ao Senado, em 2010.
Agora, passada a eleição e com Richa reeleito, ainda que em meio a uma aguda crise política e social no Paraná, Gleisi acaba de ser inocentada por um dos delatores premiados da Lava Jato, que desmentiu a versão de Youssef. Esse delator é Rafael Ângulo, que seria o entregador de recursos do doleiro. Em depoimento à Lava Jato, ele afirmou jamais ter feito qualquer pagamento à senadora e ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma.
A notícia foi antecipada pelo colunista Ilimar Franco, na nota abaixo:
A verdade e a mentira
Depoimento do delator premiado Rafael Ângulo, quarta-feira, na PF, desmentiu o delator premiado Alberto Youssef. Este, em uma de suas diversas versões, afirmou que Ângulo entregou R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ângulo simplesmente negou que tivesse qualquer conhecimento desse fato.
Em entrevistas ao 247, a senadora Gleisi Hoffmann afirmou que sua inclusão na Lava Jato visava não apenas minar sua candidatura ao governo do Paraná, mas também aproximar o escândalo da presidente Dilma, durante a corrida presidencial de 2014, uma vez que ela foi ministra da Casa Civil durante a maior parte do primeiro mandato.
Não é a primeira vez que há contradições relevantes em versões de delatores. Na Lava Jato; ex-ministro Antonio Palocci também foi citado por Paulo Roberto Costa, que depois acabou desmentido por Youssef, num caso que envolveria a arrecadação de R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma Rousseff.
Brasil 247
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