Recém-criado Conselho Consultivo do PT, formado por membros da sociedade civil e petistas da linha de frente da atividade política, atacou nesta segunda-feira, com a presença do ex-presidente Lula, as medidas de ajuste do ministro Joaquim Levy; grupo descartou o impeachment de Dilma Rousseff, mas pediu mudanças na política econômica para não perder definitivamente o que chama de “batalha das ruas”; "É muito difícil engajar amplos setores populares em nossa defesa se as ações do governo contribuem para a recessão e o desemprego", destacou o dirigente petista Valter Pomar
22 DE SETEMBRO DE 2015 ÀS 08:26
247 - Na primeira reunião do recém-criado Conselho Consultivo do PT, realizada na segunda-feira, em São Paulo, com participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o partido defendeu mudanças na política econômica do governo Dilma Rousseff.
Embora descartem o impeachment, eles dizem que é preciso mudar a direção do ajuste para não perder definitivamente o que chama de “batalha das ruas”; “É muito difícil engajar amplos setores populares em nossa defesa se as ações do governo contribuem para a recessão e o desemprego", escreveu o dirigente petista Valter Pomar, que reproduziu o texto durante o encontro.
Segundo os participantes, o ex-presidente Lula chamou atenção para a necessidade do PT de recompor suas bases sociais.
Leia abaixo matéria do InfoMoney sobre o assunto:
SAO PAULO - Em sua primeira reunião formal, o recém criado Conselho Consultivo do PT (formado por membros da sociedade civil e petistas da linha de frente da atividade política), com a presença do ex-presidente Lula, atacou as medidas de ajuste do ministro Joaquim Levy e pediu mudanças na política econômica para ter argumentos para defender o governo.
O temor do PT, no momento, é perder definitivamente o que ele chama de “batalha das ruas”, o apoio que ainda acredita ter majoritariamente em boa parte dos sindicatos e dos movimentos sociais com os dos sem terra e dos sem teto. Por isso, o partido age dando uma no cravo outra na ferradura.
Um detalhe curioso e sintomático: na semana que vem o PT começará a apresentar no rádio e na televisão as inserções políticas a que tem direito no segundo semestre. O astro será o obviamente ex-presidente Lula. A presidente Dilma Rousseff, contudo, não foi convidada para gravar uma participação nos esquetes.
Com o ambiente tão conflagrado, a presidente está agindo para evitar hoje a votação dos vetos presidenciais que estão na pauta do Congresso. Ela foi alertada de que o risco de derrota é muito grande e a estratégia é tentar esvaziar as sessões, não dar quorum para as votações.
O senador Delcídio Amaral, líder do governo no Senado, definiu a dramaticidade da situação: “Se um dos vetos cair, isso demonstrará uma instabilidade política imensa. Será um desastre”.
O governo calcula que os 32 projetos vetados que estão na pauta representam uma despesa adicional para o Tesouro Nacional de R$ 127,8 bilhões em quatro anos. O veto que mais preocupa é o do aumento médio de 59,5% para os servidores do judiciário. Dilma parece ter conseguido o apoio de Eduardo Cunha para manter pelo menos esse veto. Segundo ele, manter o reajuste do judiciário agora seria “pôr gasolina na fogueira”.
O ambiente econômico está levando a uma deterioração muito rápida também das expectativas dos agentes econômicos. O Boletim Focus de ontem (pesquisa do Banco Central com cerca de 100 especialistas) registrou mais uma vez uma redução nas previsões do PIB para este ano (de menos de 2,55% para menos 2,70%) e 2016 (de menos 0,60% para menos 0,80%) e uma elevação da previsão de inflação – em 2015 (de 9,28% para 9,34%) e 2016 (de 5,64% para 5,70%). E o dólar acima de R$ 4.
As taxas de juros futuros de longo prazo negociadas na BM&F voltaram a subir. O IBC-BR, espécie de prévia do PIB do Banco Central, apresentou um recuo de 0,02 em julho.
Brasil 247
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