quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PT RECORRE CONTRA DECISÃO DE CUNHA A FAVOR DO GOLPE


O PT apresentou nesta quinta (24) recurso contra a decisão de questão de ordem pronunciada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quanto aos procedimentos sobre tramitação de pedidos de abertura de processo de impeachment contra a presidente da República; o PC do B apresentou pedido semelhante; “A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania deve reformar a decisão do presidente da Casa em diversos pontos, como quanto à possibilidade de emendamento de pedidos de impeachment”, afirmou o deputado Wadih Damous (PT-RJ); PT e PC do B contestaram ainda o uso do Regimento Interno para amparar a decisão de Cunha e afirmaram que o quórum constitucional previsto de 2/3 dos membros da Câmara para aceitação do pedido de impeachment deve ser usado em todas as votações relacionadas ao tema

24 DE SETEMBRO DE 2015 ÀS 21:04


247 - O PT apresentou nesta quinta-feira (24) recurso contra a decisão de questão de ordem pronunciada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, quanto aos procedimentos sobre tramitação de pedidos de abertura de processo de impeachment contra a presidente da República. O PC do B também apresentou pedido semelhante.

“A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania deve reformar a decisão do presidente da Casa em diversos pontos, como quanto à possibilidade de emendamento de pedidos de impeachment”, afirmou o deputado Wadih Damous (PT-RJ).

Tanto PT quanto PC do B contestaram ainda o uso do Regimento Interno para amparar a decisão do presidente da Casa em vez da Lei 1079/50, que define os crimes de responsabilidade.

Os dois partidos pretendem que a lei seja usada inclusive para amparar a definição dos procedimentos da instrução processual, em vez do Regimento Interno, o qual, segundo eles, não alcançaria a tramitação da denúncia com pedido de impeachment.

De acordo com os partidos, a lei foi recepcionada pela Constituição e o Supremo tem jurisprudência sobre o assunto. “Não cabe afastar um ou outro artigo da lei para decidir questão de ordem”, argumentam os partidos, defendendo que o Regimento não pode amparar a definição dos prazos na comissão especial que analisará o pedido.

Outro ponto contestado da decisão sobre a questão de ordem é que o quórum constitucional previsto de 2/3 dos membros da Câmara para aceitação do pedido de impeachment deve ser usado em todas as votações relacionadas ao tema.

A ideia é que esse mesmo quórum seja necessário para a aprovação de recurso de partido contra possível decisão da Presidência da Câmara que tenha negado provimento a pedido de impeachment apresentado. Os partidos argumentam que a questão de ordem, cuja resposta foi dada a conhecer nesta quinta-feira, foi feita pelo DEM durante a Ordem do Dia sem que o assunto tivesse relação com a pauta em andamento.

Pelo Regimento Interno, o quórum é de maioria simples dos votantes, atingido a maioria absoluta de presentes (257 deputados).

A eleição para vice-presidentes da comissão especial é outro ponto questionado, pois não teria amparo legal, segundo as legendas.

Na parte formal, contra a questão de ordem originária do DEM e sua consequente resposta, as legendas questionam o uso do tempo de liderança, destinado a comunicações dos líderes, para sua apresentação pelo líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

Cunha

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), e do PT, Sibá Machado (PT-AC), foram chamados por Cunha que propôs que eles transformassem o recurso em questão de ordem. Dessa forma, ao invés de encaminhar o tema à CCJ, a resposta cabe unicamente ao presidente da Casa.

Segundo aliados de Guimarães e Sibá que ajudaram, inclusive, a elaborar o texto lido nesta tarde no plenário, Cunha assegurou aos petistas que não vai deliberar nenhum pedido de impeachment até que responda à questão de ordem do PT.

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Brasil 247

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