Ex-gerente da área Internacional da Petrobras e mais novo delator da Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era "quem dava a palavra final" sobre as indicações para a Diretoria Internacional da estatal; segundo ele, o lobista do PMDB João Augusto Henriques, que também foi preso pela Lava Jato, teria dado detalhes sobre o funcionamento das indicações; "Que João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB-RJ", disse; Musa é o segundo delator a citar o envolvimento direto de Cunha em indicações à área internacional da estatal
23 DE SETEMBRO DE 2015 ÀS 13:13
247 - O ex-gerente da área Internacional da Petrobras e mais novo delator da Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era "quem dava a palavra final" sobre as indicações dos nomes que ocupariam os cargos na Diretoria Internacional da Petrobras. Musa é o segundo delator a citar o envolvimento direto de Cunha em indicações à área internacional da estatal.
Segundo Musa, o lobista do PMDB João Augusto Henriques, preso nesta semana pela Lava Jato, teria revelado detalhes sobre o funcionamento das indicações. "Que João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB-RJ", disse Musa em seu depoimento. Zelada substituiu o ex-diretor Nestor Cerveró à frente da diretoria em 2008. Tanto Musa quanto Zelada foram presos e são réus na Lava Jato.
Segundo o delator, as indicações para a diretoria Internacional seriam uma espécie de cota do PMDB, de maneira atender a demanda por cargos, além de abastecer o caixa do partido com o dinheiro obtido por meio de desvios e irregularidades em contratos da Petrobras. Um outro delator da Lava jato, Júlio Camargo, relatou ter sido pressionado por Cunha a pagar US$ 5 milhões em propinas para conseguir fechar contratos para construção de navios-sonda encomendas pela Petrobras. A denúncia de Camargo, fez com o que a Procuradoria –Geral da República abrisse um processo para investigar a suspeita de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção que teriam sido cometidos por Cunha
Musa foi indiciado como réu na mesma ação pela qual Zelada foi denunciada. Ele, juntamente com Cerveró e Henriques, é acusado de dividir propina de US$ 31 milhões oriunda de um contrato de afretamento de navios-sonda. O delator confirmou, ainda, que João Augusto Henriques "era um lobista ligado ao PMDB que mantinha influência na área internacional e de engenharia da Petrobras, e possivelmente também na área de Exploração e Produção".
O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem negado todas as acusações feitas contra ele. O PMDB também nega o envolvimento e informou que a legenda nunca autorizou ninguém a se apresentar como intermediário do partido.
Brasil 247
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