POR FERNANDO BRITO · 29/09/2015
Estranha inversão de papéis: criada para ser um centro de desgaste do Governo, a CPI da Petrobras na Câmara passou a ser boicotada pelos “adversários” informais de Dilma Roussef: o juiz Sérgio Moro, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e a Polícia Federal.
Hoje, segundo nota publicada no site do PT, o relator da Comissão, o deputado petista Luiz Sérgio, reclamou publicamente dos três.
Cardozo não enviou à Comissão, como solicitado, o resultado da sindicância que apura os responsáveis pelo grampo colocado na cela do doleiro Alberto Youssef sem autorização judicial.
Moro recusou-se a enviar os dados do inquérito que corre em Curitiba, dizendo que estes “não vem ao caso”: “Como bem registrado pelo Ministério Público Federal, os fatos objetos de investigação neste inquérito policial diferem daqueles que estão sendo apurados pela CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados”, escreveu o juiz a quem Gilmar Mendes, um dia, chamou de “juiz absolutista, acima da própria Justiça”.
E a Polícia Federal “justificou” o não comparecimento do delegado Renato Herrera e da agente Maria Inês Slussarek da seguinte e pitoresca maneira descrita pelo deputado: “A polícia informou que soube informalmente que eles vão entrar com licença médica. Eu nunca vi um órgão público justificar a outro órgão público que soube, informalmente, que o funcionário vai apresentar licença médica.”
Que beleza!
Alguém precisa avisar à Câmara dos Deputados que ela só serve para “impichar” a Dilma e que o Juiz Moro e a Polícia Federal devem cooperação a uma investigação que, embora tenha surgido por vontade política, é legal, constitucional e tem poderes inclusive de conduzir testemunhas.
Luiz Sérgio chamou de “brincadeira” o que está acontecendo.
Eu prefiro chamar de deboche.
Não apenas dos deputados ou da instituição Câmara dos Deputados. Deboche feito à apuração da verdade, que não é propriedade de Moro, de Cardozo ou dos delegados de polícia.
Tijolaço
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