segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Moreira Franco criticando o Governo? Só se for por tê-lo empregado…

POR FERNANDO BRITO · 21/09/2015


A matéria da Folha com as críticas de Wellington Moreira Franco ao Governo pode impressionar alguém em São Paulo.

Aqui no Rio serve, ao contrário, como um imenso elogio.

Porque, nestas bandas, não existe quem tenha se desmoralizado mais na política que o “gato angorá”, como o chamava Leonel Brizola.

É de dar gargalhadas a frase dele: “O PMDB não trai”.

Repasse-se o seu currículo:

Estudante, foi a AP, a Ação Popular, marxista leninista.

Casou e foi ser genro do genro de Vargas, o almirante Amaral Peixoto, dono da política no antigo Estado do Rio.

Para ser governador, com o apoio de João Figueiredo e sua histórica vaia na Quinta da Boa Vista, passou-se para o PDS, novo nome da Arena.

De lá, para o PMDB, queridinho de Sarney, cujo Plano Cruzado o elegeu governador do Rio de Janeiro. De seu mandato, sobraram memórias como o abandono dos Cieps, a promessa imbecil de “acabar com a violêcia em seus meses” (que teria um fim irônico ao ter como assessor um dos envolvidos no sequestro do publicitário Roberto Medina, o do Rock in Rio) e a melancólica reunião com os bicheiros no Palácio Guanabara, que ilustra este post.

Depois, foi ser homem de confiança de Fernando Herique Cardoso, de quem foi assessor direto até o final de seu mandato.

No governo Lula, abocanhou uma diretoria da Caixa, agora ocupada por um homem de Eduardo Cunha, o diretor Fábio Cleto.

Foi parar na Aviação Civil na cota de Michel Temer, ao qual se grudou como carrapato político.

Moreira Franco é um cidadão sem condições de falar em Orçamento, austeridade e economia do dinheiro público.

Como governador, assinou uma “confissão de dívida” – claro, para seus sucessores – de nada menos de 150 milhões de dólares por obras contratadas e não pagas do Metrô. O popular “calote”.

É de dar mais gargalhadas sua afirmação de que o PMDB não tem ligações com a corrupção, na hora em que Eduardo Cunha é denunciado no STF.

Se existe um nome absolutamente inútil na construção de um acordo digno de governabilidade, o nome dele é Moreira.

Moreira irá para onde puder lhe estenderem o pires, ronronando como um gato angorá.



Tijolaço

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