Por Paulo Moreira Leite
Convém prestar atenção à postura dos adversários da ADI 4650, que proíbe doações eleitorais de pessoas jurídicas.
Inconformados com a derrota por 8 votos a 3 no Supremo, que extingue um privilégio assegurado pela legislação em vigor até aqui -- alugar partidos e candidatos políticos para executar seus interesses a frente do Estado -- eles nem esperaram pela publicação dos acórdãos para ameaçar chamar Alberto Yousseff e sua turma de doleiros de volta e já anunciam o retorno do Caixa 2.
Explico.
Em situações normais, as empresas deveriam usar os recursos disponíveis em seus cofres na distribuição de benefícios aos trabalhadores, em novos investimentos, em inovações tecnológicas e assim por diante. Mas não é assim no Brasil de nosso tempo, de mandatos a peso de ouro e dólar.
Nossos capitalistas praticam a acumulação política: retiram recursos de sua empresas para reforçar o cacife junto ao poder de Estado, esterilizando o poder real da maioria dos eleitores.
E, embora sejam capazes de se colocar na posição de vítimas quando fazem delações premiadas para o juiz Sérgio Moro, e até fazer olhares de escândalo quando os acusados são seus adversários políticos, que planejam exterminar de nossa vida política, a reação diante da aprovação ADI 2650 mostra que não querem abrir mão di$o.
Não querem disputar uma eleição onde 1 homem = 1 voto como disse Ricardo Lewandowski ao defender a ADI 4650 com uma atuação impecável.
Não suportam uma disputa menos desigual, onde ideias, coerência, carisma, sei lá, podem ter mais importância de que o dinheiro.
Querem seguir na posição de homens que valem 1 bilhão de reais.
Nos últimos anos, isso lhes permitiu, através do dinheiro, dar o mesmo tom à política, esterilizar o debate, nivelar a maioria dos partidos por baixo e amenizar os conflitos. Não é sempre que que todos os partidos têm ideias semelhantes. Há diferenças, muitas vezes. O problema é que todos acabam atrelados aos mesmos interesses e aí as diferenças, com frequência, se limitam ao supérfluo.
Este é o ponto em debate agora, quando se fala que a ACI 4650 irá estimular o caixa 2. Por favor. O caixa 2 é e sempre foi estimulado e mantido por quem tinha grandes interesses para esconder, longe dos impostos, ao arrepio da lei, em prejuízo dos brasileiros que necessitam dos serviços públicos. É obra para gente grande.
Ao falar na volta do Caixa 2, o recado político é claro.
Não é uma "análise" sobre oportunidades e riscos criados por uma mudança na legislação. É só um aviso. Já que não é possível manter seus privilégios como antes, a partir de agora farão a mesma coisa -- na clandestinidade.
Convém prestar atenção à postura dos adversários da ADI 4650, que proíbe doações eleitorais de pessoas jurídicas.
Inconformados com a derrota por 8 votos a 3 no Supremo, que extingue um privilégio assegurado pela legislação em vigor até aqui -- alugar partidos e candidatos políticos para executar seus interesses a frente do Estado -- eles nem esperaram pela publicação dos acórdãos para ameaçar chamar Alberto Yousseff e sua turma de doleiros de volta e já anunciam o retorno do Caixa 2.
Explico.
Em situações normais, as empresas deveriam usar os recursos disponíveis em seus cofres na distribuição de benefícios aos trabalhadores, em novos investimentos, em inovações tecnológicas e assim por diante. Mas não é assim no Brasil de nosso tempo, de mandatos a peso de ouro e dólar.
Nossos capitalistas praticam a acumulação política: retiram recursos de sua empresas para reforçar o cacife junto ao poder de Estado, esterilizando o poder real da maioria dos eleitores.
E, embora sejam capazes de se colocar na posição de vítimas quando fazem delações premiadas para o juiz Sérgio Moro, e até fazer olhares de escândalo quando os acusados são seus adversários políticos, que planejam exterminar de nossa vida política, a reação diante da aprovação ADI 2650 mostra que não querem abrir mão di$o.
Não querem disputar uma eleição onde 1 homem = 1 voto como disse Ricardo Lewandowski ao defender a ADI 4650 com uma atuação impecável.
Não suportam uma disputa menos desigual, onde ideias, coerência, carisma, sei lá, podem ter mais importância de que o dinheiro.
Querem seguir na posição de homens que valem 1 bilhão de reais.
Nos últimos anos, isso lhes permitiu, através do dinheiro, dar o mesmo tom à política, esterilizar o debate, nivelar a maioria dos partidos por baixo e amenizar os conflitos. Não é sempre que que todos os partidos têm ideias semelhantes. Há diferenças, muitas vezes. O problema é que todos acabam atrelados aos mesmos interesses e aí as diferenças, com frequência, se limitam ao supérfluo.
Este é o ponto em debate agora, quando se fala que a ACI 4650 irá estimular o caixa 2. Por favor. O caixa 2 é e sempre foi estimulado e mantido por quem tinha grandes interesses para esconder, longe dos impostos, ao arrepio da lei, em prejuízo dos brasileiros que necessitam dos serviços públicos. É obra para gente grande.
Ao falar na volta do Caixa 2, o recado político é claro.
Não é uma "análise" sobre oportunidades e riscos criados por uma mudança na legislação. É só um aviso. Já que não é possível manter seus privilégios como antes, a partir de agora farão a mesma coisa -- na clandestinidade.
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário