POR FERNANDO BRITO · 18/11/2015
O inacreditável episódio dos tiros disparados, bem diante do Congresso Nacional, tem dois culpados, ficamos sabendo hoje.
Estava assistindo a sessão do Congresso para a votação dos vetos presidenciais (já comentarei isso) e vi e ouvi o Presidente do Senado, Renan Calheiros, diante das notícias de violência contra a marcha das mulheres negras, dizer que a ocupação da área diante do Congresso pelo acampamento, por resolução das duas casas, só poderia ser feita com autorização de seus dois presidentes e como ele não havia dado autorização e, portanto, “ia conversar com Eduardo Cunha”.
Ora, se só pode ser com a de ambos e ele não tinha dado, não tem que conversar nada antes, tem de mandar sair, porque não estão autorizados.
Qualquer um que olhe aquelas barracas, a maioria vazia, todas da mesma marca e modelo, arrumadinhas como num acampamento militar vê que não há nada de espontâneo.
Pior, desde o final da semana passada, quando foram encontradas armas e, depois, brandiram cassetetes e sprays de pimenta, ficou claro que ali se preparava uma tragédia.
Que quase aconteceu hoje com os dois policiais – segundo o G1, ao menos um deles pertencente ao grupo de acampados – dispararam seus revólveres contra a marcha das mulheres.
Cunha e Renan, um por ação, outro por omissão, são responsáveis por permitir que aquela palhaçada perigosa continue ali.
A esta altura, já deveria haver ali um caminhão dos bombeiros despejando jatos d’água – que não vão machucar ninguém – e “limpando a área”.
A democracia tem de se defender e não ser leniente com quem vai de arma em punho dar tiros no direito dos outros.
Aí está a cova de cobras em que resultou o endeusamento de uma dúzia de facínoras, sem qualquer representatividade senão a que a mídia lhes concedeu.
Tijolaço
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