POR FERNANDO BRITO · 18/11/2015
O resultado das votações sobre os vetos apostos pela Presidenta Dilma Rousseff, sobretudo os dois que se referiam a aumentos salariais – o dos aposentados e o dos servidores do Judiciário – são um sinal de que a situação no Governo melhorou, em especial na Câmara, mas está longe de poder ser animadora em relação à aprovação da CPMF, única alternativa fora do burocrático no conjunto de propostas alem do processo de repatriação de recursos no exterior, que acabou virando um monstrengo.
Só colocou, em números, a realidade política de que o impeachment só sobrevive como pauta no acampamento bélico dos coxinhas em frente ao Congresso.
Tanto é assim que, como registra hoje a Folha, Eduardo Cunha teria dito a seus aliados ontem:
Segundo declarações de deputados que participaram do jantar, todos favoráveis ao impeachment de Dilma, Cunha disse que não irá se posicionar sobre os principais pedidos de afastamento da petista neste ano, diferentemente do que vinha afirmando até então –ele dizia que tomaria uma decisão ainda em novembro.
“Ele disse ter a impressão de que a possibilidade de impeachment perdeu força, que não há nesse momento apoiamento popular, embora o ocorrido nas contas da Dilma [o Tribunal de Contas da União rejeitou a contabilidade de 2014] sejam fato para levar o impeachment adiante”, afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), aliado de Cunha e que participou do jantar.
Segundo o deputado do PMDB do Maranhão, Cunha condicionou a possibilidade de deferir um pedido de impeachment somente se o Congresso ratificar a decisão do TCU pela rejeição das contas de Dilma. “Se isso acontecer, ele disse que a deflagração do impeachment volta à tona com toda a força, mas que neste ano não há a menor possibilidade de isso acontecer”, completou Rocha.
E o que precisa acontecer?
O que o Governo precisa urgentemente compreender é que depende dele, agora, apontar um horizonte de recuperação econômica, o que a simples continuidade do que faz Joaquim Levy não é capaz de mostrar aos agentes econômicos.
É essa a questão, e não algo de pessoal contra o Ministro que se discute. Ser ou não ser ministro, continuar no cargo ou ser substituído não é uma questão sequer de competência técnica. Depende da capacidade de cumprir um papel político – político nada tem a ver com eleitoral, claro – diante do país.
Tijolaço
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