Postado em 12 Sep 2016
por : Kiko Nogueira
Essa noite encarnarei no teu cadáver
Só o cinismo, a desfaçatez e o franco gangsterismo conseguem explicar o fato do comentarista Marco Antonio Villa ainda estar empregado depois do ataque descompensado a Fernando Haddad numa entrevista.
Villa tem uma obsessão estranhíssima com Haddad. Um ódio patológico, explicitado todo santo dia.
Ele quer colar na testa de sua nêmese o carimbo de vagabundo. Para tanto, se agarra à agenda do prefeito, que ele esmiúça. Gênio. Em maio, Haddad publicou uma agenda falsa no site oficial. O “historiador” caiu na pegadinha.
Quando soube que fez papel de idiota, teve um chilique, escreveu um mimimi no Facebook — e ficou de mal do homem para o resto da vida. Até aí, problema dele.
O que ultrapassa qualquer sinal de mínimo bom senso é uma empresa receber uma pessoa e um de seus colaboradores tentar linchá-la, visivelmente em surto, por uma questão que se tornou pessoal.
Uma coisa é ser firme, contundente e confrontar um entrevistado com dados, como fez, por exemplo, Roberto Cabrini com Cunha e a mulher Cláudia Cruz.
Outra é jogar na cara de um convidado os frutos de uma doença que o interlocutor cultiva. O repertório de Villa se resume a uma ideia, repetida com algumas variações: “O senhor não trabalha”.
Ele quis se vingar de ter sido exposto. Haddad, mais uma vez, se saiu melhor por uma simples razão: manteve o equilíbrio. Enlouquecido, Villa chegou a destratar a jornalista da Pan que ousou pedir calma.
É o chamado deficit civilizatório. Em empresas normais, não só de mídia, esse tipo de besta humana não vicejaria.
Na Pan, ganha parabéns e uma “matéria” sobre o vexame com a seguinte abertura: “O candidato a reeleição da prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, resolveu deixar a preocupação com administração pública de lado e o bateu boca com o historiador Marco Antonio Villa durante a entrevista do Jornal da Manhã”.
Agora: não foi a primeira vez e não será a última. A Nasa ainda explicará o que Fernando Haddad vai fazer nesses lugares onde é hostilizado diuturnamente. Eu vendo meu poodle se ele ganhar um mísero voto. Os comentários dos ouvintes são desse teor: “Acho que a coragem do Villa é histórica.”
Mas isso fica para outro artigo.
Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
Diário do Centro do Mundo - DCM
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