28 de Julho de 2017
Alex Solnik
Alex Solnik
Uma coisa tem que ser reconhecida. Dilma deixou a Lava Jato nadar de braçadas porque não tinha nada a temer. E também porque não sabia como acabar com ela. A Lava Jato cresceu e se transformou num totem. Num tabu. Ninguém pode mexer com a Lava Jato. A Lava Jato passou a ser adorada como o bezerro de ouro na travessia do deserto.
A Lava Jato passou a mandar e a desmandar sob o olhar omisso de Dilma e de seu governo, conspirando, inclusive, contra a presidente sem que ela tivesse outra reação senão o discurso, nada além do discurso.
Faltou a Dilma a percepção de que a presidente era ela e estava acima de um juiz de primeira instância de Curitiba investido do papel de paladino da moralidade.
Faltou a Dilma perceber que deveria de alguma forma estancar a Lava Jato, ainda que tivesse a consciência limpa porque ela conspirava contra Lula, contra ela e contra o PT.
Temer, que derrubou Dilma com a missão de proteger seus aliados da Lava Jato, entrou com a firme decisão de matar a operação. E achou a maneira mais prática e rápida de fazê-lo: tratando a Polícia Federal a pão e água. Sem verba não tem investigação e sem investigação não há como apresentar um inquérito razoável para Moro. Moro é o ponto final da Lava Jato, mas se não for suprido pela PF fica sem ter o que fazer.
Temer percebeu que não precisava derrubar Moro nem o chefão da Polícia Federal para estancar a sangria, bastava cortar a grana da Polícia Federal.
A Lava Jato acabou.
Os votos que Temer vai receber na próxima semana serão em agradecimento pelo serviço prestado aos votantes até agora e na esperança de que enquanto ele for presidente da República as verbas da Polícia Federal vão chegar, assim como a sua popularidade, próximo de zero.
A opção Maia miou porque ele não deu garantias à maioria corrupta da Câmara de que seria tão diligente como Temer no combate ao combate da corrupção.
Brasil 247
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