Passou-se apenas uma semana do fim da campanha presidencial e da eleição e eu continuo falando no assunto, porque não posso deixar de recomendar a vocês a leitura do artigo "Dois males afinal evitados". O texto é de autoria do ex-ministro da Fazenda (governo Sarney) Luiz Carlos Bresser Pereira, publicado neste domingo na Folha de S.Paulo.
O ex-ministro, apesar de tucano, confessa-se reconfortado no artigo pelo fato de a eleição ter, ao final, rejeitado o udenismo moralista e potencialmente golpista da velha UDN de guerra e uma americanização - explica ele, aquela mistura de religião com política num país moderno e que com certa frequência permeia parte ou toda uma campanha eleitoral dos Estados Unidos.
A rejeição ao moralismo da UDN, de tão saudosa memória aos tucanos em geral, não foi por falta de empenho do candidato tucano a presidente, José Serra (PSDB-DEM-PPS), certo ministro Bresser? José Serra abraçou com tudo o ideário udenista e mostrou-se particularmente adepto dele na campanha (leia post abaixo).
"Quando setores da sociedade e militantes partidários afirmaram que a candidata eleita representava uma ameaça para a democracia, para a Constituição e para a moralização pública, estavam retomando uma prática política que caracterizou a UDN (União Democrática Nacional), o partido político moralista e golpista que derrubou Getúlio Vargas em 1954". Palavras de Bresser Pereira. Não deixem de lê-lo.
Do blog do Zé Dirceu
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