segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Será que a imprensa condenará França e Inglaterra?
O que Brasil e Turquia fizeram nas negociações com o governo iraniano foi encontrar uma saída pacífica para a questão nuclear, com o enriquecimento do urânio iraniano sendo feito fora do país. Mas o Ocidente preferiu apostar nas sanções e no conflito e desprezou uma solução diplomática conquistada por quem está interessado na paz.
O curioso é que os críticos do Irã jamais levantam a voz contra Israel ou qualquer país que tenha ou desenvolva armas nucleares. São porta-vozes de Washington. Se os EUA são contra o Irã, eles também o são. Assim como fazem em relação a Cuba e Venezuela.
Gostaria de saber se irão criticar Inglaterra e França por terem assinado hoje um tratado de cooperação militar, que inclui o teste de ogivas nucleares. Como conta a BBC, um centro será criado na Inglaterra para desenvolver a tecnologia de testes nucleares, e a França se encarregará de realizar os testes propriamente ditos. Os dois países juntos possuem mais de 500 ogivas nucleares, mas eles podem tê-las e até ampliá-las, mas o Irã não.
A posição brasileira não é a de defender bombas para todos, mas igualdade para todos. O Brasil é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e o cumpre. A aposta do país é na redução do atual arsenal. E no caso do Irã, emprestou seu prestígio internacional para permitir que o país desenvolvesse a tecnologia para fins pacíficos, já que o enriquecimento do urânio seria feito fora de seu território e a 20% de pureza, um nível insuficiente para a produção de armas. Dizer que o Brasil se meteu onde não devia e que contribuiu para fortalecer Ahmadinejad é subordinação e má fé.
Aliás, em matéria de Defesa, é muito importante que o Brasil trabalhe de forma incisiva. A modernização de nossas forças militares, uma imposição para qualquer governante, não prescinde da política de fortalecimento do bloco sul-americano, de forma a banir, de uma vez por todas, qualquer presença militar exógena no continente. As nações sul-americanas, que só investem – e pouco – em armamento defensivo, não podem ser compelidas a elevar seus gastos militares pela pressão de bases norte americanas ou de outras potências num raio que permita ações agressivas.
Do blog do Brizola Neto
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