segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Petrobras: ações sobem mais de 13% em duas semanas
Após a queda no preço das ações da Petrobras com o fim do processo de capitalização, os papéis têm mostrado forte recuperação nas duas últimas semanas.
Desde 25 outubro, as ações preferenciais (sem direito a voto, mas com preferência na hora de receber dividendos) da estatal (PETR4) acumulam alta de 13,59%, com base no fechamento de sexta-feira (5).
No mesmo período, as ações ordinárias (PETR3), com direito a voto, subiram 11,96%. Como comparação, o Ibovespa (principal índice da Bolsa de São Paulo) subiu 4,43%.
Segundo analistas, não há um consenso para explicar essa alta. Entre os motivos apontados estão o sucesso da capitalização, o fim das eleições e o maior interesse dos investidores externos pelo papel.
Para Reinaldo Zakalski, diretor-executivo da BI Invest, a confirmação da vitória de Dilma Rousseff teve forte influência para a recuperação dos ativos da estatal.
De acordo com ele, os investidores acreditam na manutenção da parte estrutural da Petrobras no próximo governo. “Com a vitória de Dilma, o mercado analisa que vai haver uma continuidade na exploração do pré-sal”, afirma.
O analista Lucas Brendler, do Banco de Investimentos Geração Futuro, afirma que o término das eleições pôs, independentemente de seu resultado, fim a um momento de indefinição, já que a Petrobras é uma empresa que “sofre muitas influências políticas".
Brendler também aponta a entrada de investidores estrangeiros como um motivo para a alta na cotação das ações. “Com taxa de juros próxima a zero, os investidores dos países desenvolvidos vêm atrás de aplicações em renda variada nos países emergentes”, afirma.
Recomendações
Uma semana após a estreia das novas ações da Petrobras ofertadas na capitalização, pelo menos cinco consultorias reduziram o preço-alvo esperado para os papéis da petrolífera. Duas delas rebaixaram a recomendação para as ações. A Itaú Corretora e o banco inglês Barclays consideravam a empresa "acima da média do mercado" e passaram a classificá-la como "dentro da média do mercado".
Na semana passada, porém, o BTG Pactual recomendou o investimento nas ações da estatal e o banco UBS elevou a recomendação para as ordinárias a "neutro", com preço-alvo de R$ 30.
Mesmo quando as consultorias rebaixaram o preço-alvo, o valor ainda estava acima do registrado no fechamento de sexta-feira. Com isso, analistas afirmam que a tendência dos papéis ainda é de alta.
“Acredito que há espaço para que o preço das ações suba nos próximos meses”, afirma o consultor Zakalski.
Ele, porém, adverte que as ações podem passar por alguma instabilidade durante a formação do novo governo, conforme forem sendo divulgados os nomes dos novos ministros, especialmente de quem for ocupar o Ministério de Minas e Energia.
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