Para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), pelas explicações que li dele no final do semana, tudo está dentro da lei. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, o ex-assessor de Aparecido foi exonerado para disputar as eleições. Mas, o governador afirma que houve demissão apenas por "cuidado" e que nem isso era necessário.
Segundo levantamento da Folha de S.Paulo - autora da denúncia - um galpão na cidade de Lourdes (SP) é construído tocado pela empresa do tucano Luiz Antonio Pereira de Carvalho, recém exonerado do cargo de assessor parlamentar de Aparecido. O governador disse ontem não ver problema pois, apesar de a verba ser estadual, a contratação é da prefeitura. "Qual é o fato irregular? A prefeitura faz uma licitação, alguém ganha a licitação."
Carvalho transferiu a sociedade à mãe e à mulherAlckmin foi mais longe e se defendeu dizendo que a empresa não mais pertence ao ex-assessor de Aparecido, mas a "pessoa da sua família". Realmente, o jornal confirma que Luiz Antonio Pereira de Carvalho transferiu a sociedade à mãe e à mulher em 2009.
Assim, de um lado, todas as explicações sobre o escândalo levam ao gabinete do governador. Do outro, quanto mais se explica, menos ele convence e mais se complica. Mas, prossegue, tranquilo, impávido, porque sabe que - ao contrário de todos os demais investigados ou denunciados - ele tem a presunção da inocência e sua defesa e publicada na íntegra pela imprensa. Sem comentários ou opiniões dos jornais, o que não acontece quando se trata de gente do PT ou do nosso governo.
No entanto, mesmo com suas explicações, há dados incontestáveis: o fato é que a demissão de Carvalho se deu em função da obra de Lourdes. E que ela resulta de emenda parlamentar. Enfim, que esta emenda, em particular, é uma das suspeitas no rol de venda de emendas por deputados. Tudo isso aponta para o gabinete do governador e para seu braço direito, o secretário Edson Aparecido.
Blog do Zé Dirceu
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