quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Governo lança plano de combate ao crack

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Presidenta Dilma no lançamento do plano
Em cerimônia no Planalto, o governo federal oficializou, ontem, um programa ambicioso. Lançou o plano nacional, que, como diz a presidenta Dilma Rousseff, prevê uma política ampla, sistemática, moderna e corajosa de enfrentamento às drogas. Nele serão investidos perto de R$ 4 bi, abrangendo medidas não apenas para aumentar da oferta de tratamento de saúde aos usuários de droga, mas, ainda, de prevenção, acolhimento, reinserção social e segurança pública, com o enfrentamento do tráfico e das organizações criminosas.

O combate ao flagelo do crack era uma das promessas de campanha da então candidata Dilma (que Serra retrucava dizendo que implantara em São Paulo e, provou-se depois, o programa dele não tinha nem meia dúzia de clínicas).

"Para a gente de fato enfrentar e vencer esse desafio, nós temos que ter a cabeça aberta e aceitar todas as iniciativas tomadas pela sociedade. Obviamente, cada uma de acordo com sua responsabilidade e sua competência", disse a presidenta no lançamento, sinalizando a importância que parcerias do Estado com organizações diversas terão no plano.

Ferida social

“O crack é uma grande ferida social pela sua capacidade de desestruturar famílias. Vamos colocar o dedo nessa ferida e cicatrizá-la”, prometeu o ministro da Saúde Alexandre Padilha. Para ele, a dependência a álcool e drogas, com o foco na questão do crack, ganhou dimensões de epidemia. “Entre 2003 e 2011, o atendimento a dependentes químicos no país multiplicou dez vezes”, detalhou.

O plano, que será detalhado no post abaixo, contempla várias características. Em primeiro, é multi-setorial. Conta com parcerias com os Ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social, da Justiça, abrangendo, ainda, as secretarias de Direitos Humanos, da Mulher, da Promoção da Igualdade Social, bem como Estados, municípios e organizações da sociedade civil.

Também lança mão da mesma lógica do Brasil Sem Miséria. Ao invés de esperar que o cidadão busque ajuda junto ao Estado, o Estado vai em busca do cidadão que dele necessita. Uma das novidades mais interessantes do programa serão os 308 consultórios de rua a serem criados até 2014 nos locais em que há maior incidência de consumo de crack. (Leia mais neste blog)

Assistência 24 horas


O programa também procura dar assistência 24 horas. “O dependente não escolhe a hora em que terá uma crise de abstinência”, explica Padilha. “Se realmente queremos fazer uma busca ativa, precisamos operar nos momento de maior vulnerabilidade e exposição dos dependentes”, acrescentou. Ou seja, noite a dentro.

De quebra, o combate ao crack pretende oferecer diferentes tipos de atendimentos ao dependente. “Não existe um modelo que tenha tido sucesso no mundo que se paute em um só tipo de atendimento”, frisou o ministro. “As pessoas são diferentes e passam por momentos diferentes ao longo de seu tratamento”, argumentou Padilha.

O plano traz, também, a internet como uma aliada importante. Teleconsultores da rede Tele Saúde estarão disponíveis em espaços virtuais. “Estamos abrindo a possibilidade de um profissional de saúde ter acesso a uma segunda opinião e discutir o seu caso com colegas que trabalham na mesma área”, informou Padilha. O programa prevê, por fim, um trabalho a quatro mãos com o Ministério da Justiça, além da qualificação de profissionais, novas vagas para profissionais especializados e mais recursos para a área.

A minha impressão é que nessa onda de denuncismo que tomou conta dos jornalões e das TVs, os programas da presidenta só terão visibilidade quando realizados e implantados. Mas o Brasil não perde por esperar.

Blog do Zé Dirceu

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