quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Uma análise política sem base real

Um dos espaços de análise política no jornal Valor Econômico é ocupado, hoje, pela jornalista Rosângela Bittar, em avaliações impressionantemente equivocadas sobre o PT, o empenho do partido pela regulação da mídia, o governo e sua base aliada, o futuro, enfim...

Falar como faz a articulista em avaliação negativa do ex-presidente Lula e de sua gestão, e insistir na tese de que o PT quer controlar a mídia porque não aceita o contraditório, não corresponde a realidade. Nem o ex-chefe do governo tem avaliação negativa e nem o PT teme o contraditório.

Pelo contrário, é até próprio de sua história, o PT cresce e se fortalece no contraditório. Vencemos as eleições nacionais em 2006, em plena guerra do chamado “mensalão”. Ganhamos novamente as de 2010, e ainda fomos o partido mais votado nas duas eleições para a Câmara dos Deputados.

Ação sobre suposto mensalão não tem provas

Isto, por si só, derruba o último argumento da jornalista, de que o PT teme o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da ação penal 470, do suposto mensalão, durante o ano eleitoral, como se esse fato fosse mudar o resultado das eleições municipais do ano que vem.

Na ação, inclusive, não há quaisquer provas de que tenha havido um mensalão. Basta ler os autos. A jornalista, na verdade, não analisa os fatos, expõe sua vontade, o que gostaria que acontecesse ou estivesse acontecendo. Desenvolve uma argumentação sem base na realidade. Os fatos reais são outros.

Ao contrário do que diz, Lula continua o ex-presidente mais bem avaliado da história do país. Basta a jornalista e o Valor Econômico fazerem uma pesquisa para constatar isto. O PT, também, continua o primeiro partido na preferência popular e o de mais baixa rejeição. Venceu duas eleições proporcionais (2006 e 2010) e crescerá como nunca na eleição de 2012.

Lula reage bem ao tratamento e vai se recuperar

Dentre os outros argumentos alinhados, há o de que o PT teme a reforma ministerial. Mas, a própria argumentação da articulista desmonta o seu enunciado. Se temos tantos ministérios (15) não temos porque ter medo de perder alguns como ela diz.

Quanto à doença do ex-presidente Lula, Rosângela Bittar pode ficar tranquila: ele vai se recuperar como a presidenta Dilma se recuperou.

Só no Brasil, também, uma jornalista trata de forma tão superficial e tão autoritária a questão da regulação da mídia, dando como verdade que uma legislação a respeito é igual a controle da mídia. Como esse embaralhamento proposital não é, de sua parte, ignorância ou desconhecimento da realidade mundial - todas as democracias têm regulação da mídia - ele só pode resultar de má fé.

De resto, seu argumento invocado quase ao final do artigo, de que não é o momento para o PT me manter na berlinda, é mais um desejo seu, da oposição e, também, dos donos da mídia. Mas, ela não fala nem em nome do PT e muito menos do país. Nem ela e nem a mídia a que serve.

Blog do Zé Dirceu

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