Há mais um sinal da mudança do papel do Brasil no mundo. Se no passado o Brasil era destino certo de recursos a fundo perdido voltados a projetos humanitários, hoje esse movimento está se invertendo. O país participa de vários projetos de cooperação internacional. Na lista constam desde uma fábrica de medicamentos contra Aids em Moçambique, fazendas experimentais de arroz no Senegal à implantação de bancos de leite humano de 22 países da África e América Latina.
A cooperação Sul-Sul levou as contribuições brasileiras a praticamente dobrar entre 2005 e 2009, passando de R$ 384 milhões a R$ 724 milhões nesse período. Juntos, os projetos totalizaram ao longo deste intervalo R$ 2,9 bilhões de reais.
Os dados foram compilados pelo estudo Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional 2005-2009, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), encomendado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores.
Superando a China
Estima-se que em 2010 o volume de recursos voltados à cooperação internacional – seja na forma de ajuda humanitária, bolsas de estudo para estrangeiros, cooperação técnica, científica e tecnológica ou por meio de contribuições a organizações internacionais – tenha alcançado os US$ 400 mi, um valor próximo do que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) doa ao Brasil.
E a manter-se esse ritmo é provável, ainda, que o Brasil destine US$ 125 mi em cooperação técnica, mais do que o dobro do que o país deverá receber do exterior com o mesmo propósito. Aliás, em 2012, o Brasil deverá superar as doações da China ao Fundo Central de Resposta à Emergência (CERF), das Nações Unidas: estão aprovados US$ 750 mil frente os tradicionais US$ 500 mil doados pelos chineses.
Mais do que boa vontade e solidariedade, o movimento denota um novo momento do Brasil, hoje um país exportador de capitais, serviços e tecnologia.
Blog do Zé Dirceu
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