terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Juros ainda são o nó da questão

ImageUS$ 750 milhões. Foi essa a quantia noticiada e que se refere ao valor que o Banco do Brasil acaba de captar, com o relançamento de seus bônus perpétuos (sem vencimento) no exterior. O retorno para o investidor ficou na casa dos 8,49% ao ano. Em janeiro, houve outra operação com esse tipo de bônus feita pelo BB, na qual o banco captou US$ 1 bi, com rendimento de 9,25% ao ano.



O problema aqui é que tanto as captações do BB e quanto a dívida interna pagam juros altos demais. Basta ver o nível dos juros no mundo de hoje. Essa situação é, de fato, o nó da questão econômica brasileira. Não estamos falando da dívida pública em si. Ela é baixa, se comparada com o PIB e com nossas reservas internacionais.

Na ponta do lápis, o estoque da dívida pública federal em janeiro soma R$ 1,8 tri. Informa o Ministério da Fazenda que a maior parte do endividamento público do Estado brasileiro, R$ 1,78 trilhão, refere-se à dívida interna. Hoje, os os títulos públicos com taxas de juros prefixadas veem perdendo peso no mix da dívida pública, enquanto os indexados a índices de preços e à Selic e pelo IPCA, por outro lado, aumentam sua participação.

É o serviço da dívida, ao lado dos elevadíssimos e inexplicáveis spreads bancários de um setor financeiro oligopolizado, que estrangula o crescimento dos investimentos no país e concentra a renda do setor produtivo da economia. Afinal, a transferência de riqueza dos impostos para os rentistas passa de R$ 235 bi ao ano. Comparando, o orçamento do MEC está na casa dos R$ 80 bi ao ano, quase um terço do que é pago em juros da dívida interna.

Blog do Zé Dirceu

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