Ele ganhou o prêmio Nobel em 2001. E diz o que vale a pena ouvir. O economista americano Michael Spence dá uma sugestão ao Brasil: devemos, sim, ficarmos bem atentos à necessidade de diversificação da economia.
Ele elogia tanto a nossa trajetória de crescimento, a inclusão social, como a gestão macroeconômica, taxada por ele como “muito boa”. Mas, ressalta, “é preciso cuidado para não permitir que o aumento do preço das commodities, que beneficiou o Brasil, cause uma redução no padrão de diversificação da economia e reduza as oportunidades de emprego”.
Spence não descarta a ideia de um fundo soberano bem administrado para o país. Segundo o economista é importante acompanharmos a China. Para ele, o gigante asiático irá se mover para rendimentos mais elevados e o trabalho intensivo nas manufaturas deverá migrar para emergentes em fases anteriores de desenvolvimento. E exemplifica: a migração dos empregos de baixo valor agregado "começou, por exemplo, para o Vietnã, Bangladesh e para a Índia em alguma medida. Isso não é novo”.
Empregos de baixo valor agregado não fazem sentido ao Brasil
No entanto, ressalta Spence, não faria qualquer sentido o Brasil trazer empregos de baixo valor agregado da China ou de outros países em desenvolvimento. Sua aposta para o Brasil é a de “competir em empregos de maior valor agregado”.
Estou totalmente de acordo com Michael Spence. O Brasil é um país com uma economia industrial, mas arca com um “gap” importante em relação a outros países industrializados, tanto em de tecnologia, quanto em educação. Ainda assim, precisamos agregar valor não somente a produtos industrializados, mas, também, a produtos primários, minerais e alimentos. Devemos, ainda, passar a exportar capitais, serviços e tecnologia.
Não podemos deixar nosso crescimento econômico baseado apenas nas commodities, por mais importante que sejam nesse momento, com todas as implicações que têm para a nossa economia, inclusive a de sustentar as nossas contas externas.
Blog do Zé Dirceu
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