Não faltam desafios que remetem à questão dos juros e da política monetária do BC. Apesar do risco de uma elevação ainda maior do preço do petróleo, o BC continua sinalizando para uma queda lenta e segura da Selic - realidade já aceita pelo mercado e pelos próprios bancos que já trabalham com o cenário de um juro real de 3,5% no médio prazo, sem o que nossa economia não poderá competir a nível internacional e nem se financiar internamente.
Alexandre Tombini, presidente do BC, aliás, reafirmou neste final de semana: a instituição pretende continuar baixando a Selic (atualmente em 10,5% ao ano) até que ela chegue a um dígito. A próxima reunião é esperada para dias 6 e 7 de março.
Como a redução da Selic não tem sido acompanhada pela redução dos juros ao tomador final (leia mais neste blog), seja ele consumidor ou empresário, o governo decidiu que os bancos públicos estimulem a concorrência. Ela, hoje, praticamente não existe no setor financeiro. O objetivo é reduzir as taxas de juros ao consumidor, estimulando o crédito e reduzindo a inadimplência.
Em 2011, spread para pessoa jurídica foi de 26,9 pontos percentuais
Com os atuais spreads bancários não há como enfrentar a realidade do mundo de hoje. Segundo dados do Banco Central, em média, o spread bancário para a pessoa jurídica que fechou o ano passado em 26,9 pontos percentuais, contra 23,5 pontos no fim de 2010. Também o crédito bancário para as pessoas físicas atingiu em dezembro de 2011 o nível de 34 pontos percentuais. E, ainda que, no caso do crédito destinado às pessoas físicas, tenha havido um “leve recuo” nos últimos dois anos – de 0,2 pontos percentuais em 2010 e de 0,4 pontos percentuais no ano passado, o movimento nem chega a refrescar.
Ao lado da gestão e administração da dívida interna, a questão dos juros reais no mercado é das importantes para o nosso desenvolvimento nos próximos anos. O tempo corre contra nós.
Blog do Zé Dirceu
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