A oposição agregada na Mesa de Unidade Democrática (MUD) já tem candidato ao Palácio de Miraflores, para disputar com Hugo Chávez a eleição de presidente da Venezuela no próximo dia 7 de outubro. O escolhido por ela, em prévias com impressionante número de participantes (quase 3 milhões de eleitores participaram) é o governador do Departamento (Estado) de Miranda, Henrique Capriles.
A consulta popular aos filiados à oposição e a maciça participação desmontam toda a campanha da mídia conservadora - daqui e de lá - de que não existe democracia e nem liberdade de imprensa na Venezuela.
Toda a mídia venezuelana não só apoiou as primárias, como a oposição e cada jornal deixaram claro suas preferências - a principal destas, claro, partindo da imprensa conservadora, é derrotar o presidente Chávez em outuro.
Campanhas contra Chávez só o fazem crescer nas pesquisas
Na TV, emissoras de rádio e jornais de Caracas e de todo o país o que se viu durante meses foi uma crescente campanha anti-Chávez e pró-primárias da oposição. Foram até o fim, até o dia da consulta popular, ontem, sem conseguir que o presidente caísse nas pesquisas. Pelo contrário, ele subiu.
Daí até o vencedor ter traçado a estratégia, a que já dá seguimento, de conduzir sua campanha sem críticas diretas ao presidente da República. Com essa estratégia, Capriles quer atrair 'chavistas light'. O candidato da oposição adotou um discurso "paz e amor" para os padrões da polarizada política venezuelana.
A estratégia foi adotada, ainda, porque Capriles tem presente que o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), do presidente Hugo Chávez, também já mobilizou mais de 2,5 milhões de filiados em processos eleitorais internos anteriormente.
Vencedor Capriles anuncia: quer despolitizar a Venezuela
Isso significa que a oposição, o chavismo e seu líder, têm a mesma força mobilizadora. O que comprova o alto grau de mobilização e democracia do país, ao contrário de toda informação de nossa mídia.
Pena que o escolhido pela oposição venha hoje com essa história de que quer despolitizar a Venezuela para enfrentar Chávez. Uu seja, quer um processo oposto ao desejado por todo e qualquer país que procura avançar politicamente.
Ainda bem que a Comissão Nacional Eleitoral - que estabeleceu as normas e acompanhou a consulta - e o sistema de voto eletrônico, antes tão atacado pela oposição, são agora elogiados pela isenção e eficiência com que se mostraram no processo e durante as prévias de ontem. Sem falar que as primárias contaram com apoio de um fundo público eleitoral.
Além deste respaldo do Conselho Nacional Eleitoral às prévias da oposição - ele forneceu as listas de eleitores, alugou as urnas eletrônicas para a frente oposicionsitas e contou os votos - para garantir a segurança, no dia do pleito as Forças Armadas mobilizaram 90 mil homens. Uma demonstração a mais da seriedade com que o presidente Chávez e seu governo se portaram diante da manifestação de vontade da oposição.
Blog do Zé Dirceu
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