São Paulo – O deputado federal Protógenes Queiroz (PcdoB-SP) afirmou nesta terça-feira (7) que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Privataria deverá iniciar seus trabalhos na primeira quinzena de março. Ele vai se reunir nesta terça com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT), para se informar sobre os trâmites regimentais que deverão ser cumpridos até a instalação.
A investigação tem origem no livro A Privataria Tucana, do jornalista mineiro Amaury Ribeiro Jr., que apresenta documentos e indícios de um esquema bilionário de fraudes no processo de privatização de estatais na década de 1990. José Serra (PSDB) era o ministro do Planejamento, gestor do processo. Com documentos, o jornalista acusa o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira de ter atuado como "artesão" da construção de consórcios de privatização em troca de propinas. Serra chegou a chamar a CPI de palhaçada e disse que o conteúdo do livro não passava de lixo.
“Eu acredito que na primeira quinzena de março nós já tenhamos uma autorização para escolha dos membros que vão compor a CPI”, disse Protógenes. Ele explicou que é permitida a tramitação de cinco CPIs simultâneas, a da Privataria será a quarta da lista. As outras três já foram protocoladas. Vão investigar o trabalho escravo, a exploração sexual infantil e o tráfico de pessoas. A quinta Comissão será referente à distribuição dos royalties de petróleo.
O parlamentar também contou que as movimentações na Casa estão bastante favoráveis à instalação da CPI. “Já encontrei colegas parlamentares que estão enviando alguns ofícios de apoio para a instalação urgente da CPI”, falou. O deputado Marco Maia não foi encontrado pela reportagem, e sua assessoria não soube informar prazos para a abertura da Comissão Parlamentar.
Sendo 2012 um ano eleitoral, Protógenes prevê que o assunto terá grande repercussão nacional. “Não terá o andamento comprometido por conta das eleições. O tema irá dominar a pauta política, disso é impossível fugir. O importante é obtermos o resultado almejado na CPI”, explicou.
Rede Brasil Atual
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