quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A evolução da política de defesa, na visão do setor produtivo


Política Industrial

qua, 17/09/2014 - 13:13
Atualizado em 17/09/2014 - 13:26

Brasilianas.org

Lilian Milena


Segundo dados do Panorama sobre a indústria da defesa e segurança no Brasil, divulgado em 2013 pelo BNDES, de 2003 até 2012 os investimentos neste nicho aumentaram 568% em território nacional, passando de R$ 1,5 bilhão para R$ 10,1 bilhões. Os dados mostram, claramente, que a defesa ganhou relevância nacional nesses últimos anos, com transbordo para o desenvolvimento industrial e tecnológico de empresas brasileiras.

Para o diretor titular do Departamento da Indústria de Defesa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Comdefesa-Fiesp), Jairo Cândido, desde meados do governo que antecedeu Dilma Rousseff é possível perceber “um claro interesse governamental na indústria de defesa nacional, ainda que os investimentos estejam muito aquém das necessidades de um país continental como o Brasil”. Durante sua participação na abertura do Fórum Brasilianas.org sobre o tema, realizado na última quinta-feira, na capital paulista, ele fez um balanço da Estratégia Nacional de Defesa (END), criada por decreto em 2008.

Ele considerou importante a criação da END. Por outro lado, criticou o fato de não se ter estabelecido metas e identificado as fontes de recursos para a sua implantação, ficando assim mais suscetível “a malfadada política econômica que tem prejudicado a indústria brasileira, além dos contingenciamentos de recursos públicos”. Como representante do setor industrial, ele espera que o próximo passo da END seja garantir o fluxo de recursos para projetos neste nicho.

Ainda assim, Cândido apresentou os principais projetos em andamento induzidos pelo Ministério da Defesa para reestruturar as Forças Armadas, e que hoje impactam positivamente na consolidação da indústria de defesa e segurança nacionais. O primeiro é o Programa de Submarinos (Prosub) que “inegavelmente está gerando uma instalação industrial de altíssimo nível na Base [Naval de Submarinos em] Itaguaí”, gerando conhecimento para a construção e reparos de navios e submarinos à propulsão nuclear. Outro projeto apresentado foi o HXBR, helicóptero desenvolvido pela Helibras em território nacional. O Brasil comprou 50 dessas aeronaves para o uso das três Forçar Armadas. O contrato resultou na instalação de uma fábrica nova em Itajubá. O 17º helicóptero será entregue com a total absorção de tecnologia por mão de obra nacional. 
 
 
Jornal GGN

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