Muito boa, como sempre, a análise do Jânio de Freitas, publicada na Folha de S.Paulo hoje, sob o título “Campanhas contra”. Esperamos que as coordenações das campanhas eleitorais nacionais a leiam – esperamos, especialmente, que os coordenadores da campanha da presidenta Dilma a vejam.
Jânio fala sobre quedas dos candidatos tucano Aécio Neves e petista Dilma Rousseff nas pesquisas. “(…) têm várias causas, não só o alto ponto de partida de Marina Silva. Ainda que com pesos diferentes, um dos principais fatores daquelas quedas é o mesmo em uma em outra: as duas campanhas parecem um desperdício de possibilidades que se volta contra cada um dos candidatos.”
“O caso de Dilma, nesse sentido – prossegue o articulista – tem maiores consequências negativas para a candidatura. Por maior que seja o esforço de negá-lo, o governo tem muito o que mostrar em resultados importantes do seu trabalho. Grande parte pouco conhecida e mal conhecida, ou desconhecida mesmo (…). Comunicar-se com a opinião pública, necessidade essencial de qualquer governo em nosso tempo, revelou-se a mais ampla incapacidade do governo Dilma.”
O articulista aponta um caminho para melhorar – e mais um erro cometido: “O horário eleitoral seria a segunda oportunidade da neutralização. Mas a grande vantagem de Dilma, em tempo disponível, desperdiça-se em uma confusão de cenas e intervenções inócuas, longa e cansativa falta de objetividade entremeada, não mais do que isso, de inserções da candidata. A anticomunicação.”
“Se, mesmo sem grandes bossas, os programas de rádio e TV se limitassem a expor, com alguma inteligência e clareza, o que Dilma acha que tem a mostrar do seu governo, e que valeria a pena prosseguir, o objetivo didaticamente eleitoral seria muito mais alcançável. Mas a campanha parece contra a candidata: não atrai, desinteressa.”
Vejam a constatação de Jânio quanto a campanha de Aécio: dedicou-a “ao desnecessário: “desconstruir” Dilma. Isto a imprensa, a TV e o rádio já faziam por ele, desde muito antes de iniciar-se a campanha, e com muito mais eficácia. Aécio só falava contra Dilma, contra a Petrobras, contra o governo. Foi mandado para o subsolo com tanta facilidade porque não houve um motivo seu para preservar fidelidades. O grosso dos apoios que tinha, é o que se vê, recusas aos outros concorrentes. Não há mais dúvida de que o programa governamental de Aécio, de fato, não é coisa que se diga ao eleitorado. É para conversa de salão, reuniões na FFIESP e na federação dos bancos.”
O artigo, vale, assim, como um alerta para a coordenação da campanha da presidenta e para os responsáveis por sua comunicação, até porque ainda faltam 33 dias para o 1º turno. Não deixem de o ler aqui http: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2014/09/1509428-campanhas-contra.shtml
Blog do Zé Dirceu
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