quarta-feira, 29 de abril de 2015

‘BETO HITLER’ DIZIA QUE PM AGIRIA CONTRA BLACK BLOCS


Chamado de 'Beto Hitler' nas redes sociais, o governador paranaense Beto Richa justificou, por meio da Polícia Militar, que o cerco contra professores e outros servidores públicos no Centro Cívico de Curitiba ocorreu após a identificação da convocação de black blocs às manifestações; pelas fotos, vê-se o perfil dos black blocs de Richa: senhores, professores, sem máscara ou arma; eles lutavam, ontem e hoje, contra a perda de seus direitos; tucano conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa, no início desta noite, o confisco da previdência do funcionalismo para pagar as contas do Estado; ex-presidente Lula se solidariza com professores e classifica violência como "inadmissível"; presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, Paulo Pimenta (PT-RS), pede "fim do massacre" e viaja até Curitiba; número de feridos no cerco de hoje à Assembleia chega a 170

29 DE ABRIL DE 2015 ÀS 18:37



Paraná 247 – A Inteligência da Polícia Militar do Paraná, do governador Beto Richa (PSDB), afirmou ontem que foi identificada a convocação de black blocs às manifestações de servidores que ocorreram no Centro Cívico de Curitiba. O resultado foi um cerco policial do Batalhão de Choque para impedir que servidores acompanhassem na Assembleia Legislativa o debate da proposta de Richa que prevê o confisco da previdência do funcionalismo a fim de regularizar as contas do governo.

Pelas fotos que ilustram essa reportagem, no entanto, vê-se claramente o perfil dos black blocs de Richa: senhores e senhoras, professores, sem máscaras e nem armas. Eles protestaram ontem e hoje contra o projeto que altera o ParanaPrevidência e receberam bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos de água dos policiais. O chefe da PM, coronel Chehade Elias Geha, caiu após o polêmico episódio. E a proposta foi aprovada hoje, por volta de 18h15, por 31 votos a 20.

Em entrevista nesta terça, Richa acusou o sindicato dos professores de "maldade" por informar que o governo está causando insegurança das aposentadorias com a proposta. Segundo ele, ela mantém, na verdade, a "solidez" do sistema da previdência do Estado. Richa também argumentou que o projeto foi debatido durante dois meses antes de ser votado, algo que é negado com veemência por deputados da oposição e pelos movimentos sociais. "Peço aos professores que voltem para a sala de aula, se não o salário será descontado", disse o tucano.

A guerra em Curitiba ganhou repercussão nacional nesses dois dias. O ex-presidente Lula classificou a violência da PM do Paraná contra professores como "inadmissível". "Solidarizo-me com os professores do Paraná, que foram agredidos de forma violenta pela Polícia Militar do estado", disse. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), viaja até Curitiba e pede ao governador o "fim do massacre contra professores".

Nas redes sociais, o governador ganhou o apelido de #BetoHitler e o nome do Estado foi o termo mais comentado no Twitter no Brasil nesta quarta-feira. Os internautas ironizam uma frase dita repetidamente por Richa depois de reeleito: "o melhor está por vir". "Quando me deparei com a Tropa de Choque novamente posicionada hoje no Centro Cívico, tive a sensação de que o "pior estava por vir" contrariando a frase de Beto Richa em sua campanha, quando afirmou que "o melhor estava por vir'", escreveu no Facebook o usuário Neto Rodrigues.


Brasil 247

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