quarta-feira, 22 de abril de 2015

PETROBRAS DIVULGA BALANÇO COM PERDA DE R$ 21,6 BI


Valor é referente às perdas sofridas pela empresa, presidida por Aldemir Bendine, em 2014; deste valor, R$ 6,2 bi são em decorrência das práticas de corrupção apontadas pela Operação Lava Jato; balanço contábil de 2014, já auditado, e os números relativos ao terceiro trimestre do ano passado, revisados por auditores independentes, foram aprovados nesta quarta (22) pela diretoria da Petrobras com seis meses de atraso; "Estamos passando a limpo os erros cometidos no trato com os recursos da companhia", afirmou Bendine

22 DE ABRIL DE 2015 ÀS 19:34


247 – A Petrobras informou que as perdas sofridas pela empresa alcançaram R$ 21,6 bilhões em 2014. Deste valor, R$ 6,2 bilhões de prejuízo se deram em decorrência das práticas de corrupção apontadas pela operação Lava Jato. O número foi divulgado pela companhia em balanço auditado na noite desta quarta-feira (22), com seis meses de atraso.

"Estamos dando um passo fundamental na recuperação da nossa imagem. A partir daqui a Petrobras volta à normalidade na sua relação com os seus investidores e com o mercado. Estamos passando a limpo os erros cometidos no trato com os recursos da companhia", afirmou o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. "A Petrobras não irá parar. Estamos colaborando com as investigações", frisou.

No ano passado, a receita de vendas da companhia atingiu R$ 337,26 bilhões, alta de 11% ante 2013, graças aos reajustes nos preços do diesel e da gasolina autorizados pelo governo e o efeito do câmbio. Já o endividamento total da companhia atingiu R$ 351 bilhões, um aumento de 31% em relação ao ano anterior.

A diretoria da empresa esteve reunida desde as 11h desta quarta-feira 22 para aprovar e divulgar o balanço contábil de 2014 e também os números relativos ao terceiro trimestre do ano passado já revisados pelos auditores independentes. O resultado foi divulgado na sede da estatal no centro do Rio, após a apreciação e aprovação da matéria pelo Conselho de Administração da empresa.

A empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) recusou-se a assinar o balanço da Petrobras do segundo semestre do ano passado, depois que a Operação Lava Jato revelou o esquema de corrupção que envolvia diretores com superfaturamento em obras e projetos da estatal.

Após adiar a publicação do balanço por duas vezes, a Petrobras divulgou, no dia 28 de janeiro, o resultado do 3º trimestre do ano passado não auditado. As demonstrações contábeis indicavam um lucro líquido de R$ 3,084 bilhões. Na ocasião, não houve consenso para a definição das perdas sofridas em decorrência do desvio de recursos por corrupção. 

Abaixo, reportagem do portal Infomoney sobre o pregão desta quarta-feira, à expectativa do balanço da estatal:

Ações da Petrobras fecham em alta à espera de balanço

Por Lara Rizério • Ricardo Bomfim

O Ibovespa fechou em forte alta nesta quarta-feira (22) com a força compradora em cima de Vale superando a cautela com Petrobras à espera da divulgação do balanço. Lá fora, os mercados tomaram sentidos divergentes com as bolsas asiáticas subindo impulsionadas pelos estímulos na China e os índices europeus caindo por preocupações com a Grécia e queda nos preços do petróleo pressionando o setor de energia.

O benchmark da Bolsa brasileira fechou o dia com ganhos de 1,59%, a 54.617 pontos. Com esta alta, o índice "engoliu" a maior parte das três últimas quedas, quando saiu de 54.918 pontos para 53.761 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial fechou em baixa de 0,55%, a R$ 3,007 na compra e a R$ 3,008 na venda, voltando ao patamar dos R$ 3,00.

Para Bruno Gonçalves, analista da WinTrade, questões pontuais em empresas como a Vale eram as principais responsáveis pelo movimento do índice, em um dia sem grandes drivers no quadro macroeconômico e de agenda mais fraca. Segundo ele, o principal fato mais macro é o aumento do Fundo Partidário, que é negativo porque prejudica ainda mais o ajuste fiscal. Por outro lado, conforme indicou o vice-presidente Michel Temer, este valor pode ser contingenciado.

Além disso, no cenário político, a XP Investimentos lembra que está prevista a conclusão da votação do projeto sobre terceirização de mão de obra, incluindo pontos acertados entre partidos da base aliada e da oposição. Ainda fica no radar dos investidores a regulamentação da mudança do indexador da dívida dos Estados e Municípios, que volta hoje à pauta do plenário do Senado.

Vale sobe 10% e Petrobras oscila

As ações da Petrobras (PETR3; PETR4), voltaram a subir perto do fim do pregão enquanto investidores esperam a divulgação do balanço, encerrando a sessão com leves ganhos. Em relatório, a agência de classificação de risco Moody's disse que o balanço da companhia é positivo para o crédito do País. Os dados da empresa serão avaliados em reunião do conselho de administração e devem mostrar o total de perdas contábeis gerado pelas denúncias da Operação Lava Jato. Sem o resultado, cerca de US$ 10 bilhões da dívida da Petrobras, equivalente a aproximadamente 5% do PIB (Produto Interno Bruto) poderiam ficar sujeitos à aceleração do pagamento.

As ações da Vale (VALE3; VALE5) tiveram forte alta com o preço do minério de ferro avançando 4% na China. A mineradora ainda divulgou o seu relatório de produção. A produção de minério da companhia subiu 4,9%, a 74,5 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2015. As estimativas, no entanto, eram de que a produção ficasse em 78,7 milhões de toneladas. Foi a melhor produção da empresa para um primeiro trimestre. No mesmo período do ano passado, a quantidade produzida de minério de ferro pela companhia ficou em 71 milhões de toneladas. Com isso, os ativos subiram quase 10%.

Quem também contribuía para a alta do Ibovespa junto com a Vale eram os bancos, que, de acordo com Bruno Gonçalves da WinTrade, têm uma sessão de recuperação depois de caírem forte nos últimos pregões com a possibilidade de aumento na taxação maior do lucro líquido (a famosa CSL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 19%. Fecharam em alta os papéis de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3; BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4).



Brasil 247

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