quinta-feira, 30 de abril de 2015

Tucanato impôs um estado de exceção ao Paraná

Captura de Tela 2015-04-30 às 08.33.00


Cerca de 200 pessoas, pela contagem da imprensa, ficaram feridas nesta 4ª feira (ontem) nos confrontos entre a polícia e os professores em greve na praça de guerra em que o governo tucano de Beto Richa (PSDB) transformou as imediações da Assembleia Legislativa do Paraná. Foi o segundo e mais violento dia desde que a categoria retomou esta semana o movimento que deixa 1 milhão de alunos sem aula e paralisa milhares de professores.

O governo Beto Richa, ao invés de dialogar com os grevistas, continua intransigente quanto a negociações, única forma que pode levar ao fim do impasse. Ao mesmo tempo montou uma estrutura de guerra, para enfrentar o movimento e conter os protestos de trabalhadores do setor público (a maioria, professores, mas também estão em greve agentes penitenciários, funcionários da saúde e do Judiciário).

Os grevistas são contra a votação pelos deputados estaduais de um “pacotaço” de projetos apresentado pelo governo Beto Richa, que alteram a previdência estadual dos servidores. Os deputados começaram a votar, esta semana, a proposta que, se aprovada, alivia em R$ 1,7 bi ao ano o caixa do governo do Paraná, Estado quebrado financeiramente desde 2013.

Ontem, por volta das 15h, professores e PMs – a exemplo do que ocorrera na véspera, na 3ª feira, desde a madrugada – entraram novamente em confronto em frente à Assembleia Legislativa. A lançou jatos de água, bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de efeito pimenta atirou com balas de borracha, jatos de água e gás de pimenta.

Manifestação pacífica vira palco de guerra

Na véspera o arsenal utilizado contra os professores foi o mesmo, mas o número de feridos aumentou nos confrontos desta 4ª feira. Houve confrontos durante a maior parte do dia entre PMs e manifestantes. Por volta das 17h já havia mais de 100 feridos que eram socorridos num ambulatório emergencial improvisado montado na prefeitura de Curitiba, em frente à Assembleia. Todas as entradas da Assembleia foram fechadas e os policiais orientados a usar cassetete se preciso, mas sem atingir membros superiores dos manifestantes.

O tucanato impôs ao Estado do Paraná um estado de exceção. Transformou uma manifestação legal e pacífica numa guerra em que os professores – que contam com o apoio passivo do povo paranaense – foram massacrados pela PM. Uma repressão covarde e sem limites… As imagens e fotos falam por si. Enquanto isso, protegidos pela PM, deputados governistas assaltavam os cofres da previdência do Estado, aprovando uma lei que viola e retira direitos dos professores e servidores públicos. Os deputados já haviam tentado votar sob a proteção da polícia e chegaram na Assembléia em camburões da PM.

Depois de violar os mais elementares direitos constitucionais, o da manifestação, O PSDB e seu Governador expõem sua verdadeira fase antidemocrática. Os mesmos, aliás, que há meses, em todo o país, estimularam e apoiaram manifestações contra o Governo Dilma e o PT, todas realizadas sem nenhuma repressão, pelo contrário. Em alguns casos, como no Estado de São Paulo, com amplo apoio do Governo do Estado, da administrado pública e da PM, basta ver as fotos dos integrantes da tropa de choque em confraternização com os manifestantes.

Mas, quando se trata de direitos sociais e dos trabalhadores, o que vemos no Paraná é simplesmente o desprezo pela democracia e o uso da força bruta para tentar impedir o legítimo e legal direito de manifestação. Pior: tentam criminalizar o movimento dos professores, atribuir ao PT e aos blacks blocs a violência covarde e sem limites da polícia comandada pelo Sr. Beto Richa.

Incompetência e ineficiência de Richa

A pregação golpista da volta dos militares e do impeachment da presidente Dilma nas manifestações de março e abril contaram com todo apoio do PSDB. Sua direção impulsionou e estimulou o golpismo durante semanas. Mas, agora, no Paraná o governador Beto Richa se vê sob o risco de impeachment por crime de responsabilidade documentado e assistido por todo país. Um governo que é exemplo de incompetência, ineficiência, escândalos, desprezo pelo diálogo e pela democracia.

Para além da vergonhosa e covarde repressão às greves, em vários estados da federação, a paralisação dos professores indica que é chegada a hora do país, não apenas o governo federal, enfrentar o principal problema da edução do país: os salários, a formação e as condições de trabalho dos professores, sem o que, jamais vamos avançar na educação sem o que o país não se desenvolverá como uma sociedade justa e igualitária.




Blog do Zé Dirceu

Nenhum comentário:

Postar um comentário