quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Financiamento estatal japonês garante mais um navio plataforma para Campos

POR FERNANDO BRITO · 16/09/2015




Com ou sem a Standard&Poors, explorar petróleo no Brasil é algo que todo o mundo financeiro sabe ser bom negócio.

Sexta-feira, Hiroshi Watanabe, presidente do Banco Japonês de Cooperação Internacional – Jbic, na sigla em inglês – assinou contrato de US$ 252 milhões de dólares e completou o total de US$ 1.263 mil necessários à construção do navio plataforma Cidade de Campos dos Goytacazes, a ser afretado pela Petrobras para explorar, a partir de 2017, o campo de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos.

O grupo de financiadores é liderado pelo Sumitomo Mitsui Banking, Mizuho Bank, ING Bank,Chinese Banking Corporation , Clifford , Bank of Tokyo-Mitsubishi , DVB Bank SE, Natixis, Sociètè Gènèrale e Crèdit Industriel et Commercial. E o dinheiro vem na base do project finance, ou seja, será pago com recursos do próprio arredamento do navio, que custará 600 mil dólares por dia.

A cifra é gigantesca, mas, mesmo utilizando uma média da capacidade de produção máxima, de 150 mil barris diários, a plataforma extrai do leito marinho 6 milhões de dólares por dia.

O campo (resultante da unitização de duas áreas exploratórias e que pode ser ampliado com pesquisas em curso em áreas contíguas) tem, segundo as avaliações técnicas, 350 milhões de barris de óleo e gás em condições de serem extraídos, a partir de 2017.

E, mesmo sendo pré-adaptado no exterior, parte será feita no Brasil: a previsão é de que 25% dos módulos da plataforma sejam fabricados aqui e aqui também se faça o seu processo de integração e comissionamento, significativamente complexo. Das 94 empresas litadas como fornecedoras da fabricação do navio, 19 (20%) estão localizadas no país, segundo o Sindicato da Indústria Naval: especialmente as que produzirão bombas de tratamento e injeção de água do mar nos poços; separadores de produção de óleo e tratadores eletrostáticos; equipamentos estáticos; sistema de descarregamento de petróleo e parte dos risers (conectores entre o navio e os poços) e da ancoragem dinâmica, que permite ao navio ficar “parado” mesmo com os movimentos do mar.

É nesse bom negócio que, em nome da “austeridade” o BNDES e o Governo brasileiro não podem botar dinheiro.

PS. Sobre o assunto: na semana passada, outro navio da mesma série, o FPSO Cidade de Saquarema, partiu da China para Niterói, onde vai receber os módulos de processamento semelhantes aos que estão em fase de finalização no Estaleiro Brasa no FPSO Cidade de Maricá (foto) que estão integrados neste momento. Mês que vem ele chega e fica alguns dias “na fila” para receber os mesmo serviços.


Tijolaço

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