POR FERNANDO BRITO · 27/10/2015
Não posso deixar de ficar indignado -até mais que o próprio – com a irresponsabilidade da Polícia Federal na mixórdia de “investigação” contra Gilberto Carvalho feita pela Polícia Federal.
O que eram as tais “relações estreitas” que se apontou contra ele?
Uma anotação d de um suposto lobista,Alexandre Paes dos Santos, que também teria participado do negócio, registra um “café” com o ex-ministro no dia 16 de novembro de 2009.
Não era preciso mais que ir ao Google para saber que, neste dia, Gilberto Carvalho não estava nem aqui, no Brasil.
Está na página da Universidade Federal de Viçosa, nesta data, uma descrição das atividades de seu reitor, professor Luiz Cláudio Costa, na reunião da da ONU sobre Segurança Alimentar, em Roma, naquele dia : “Nos registros fotográficos, parte da delegação brasileira no evento: o presidente do Consea, Renato Maluf; o deputado Fonteles, o chefe de gabinete do Presidente, Gilberto Carvalho; o reitor Luiz Cláudio e o ministro Milton Rondó, do Itamarati e o reitor Luiz Cláudio”. A foto não está mais no ar, mas certamente está nos arquivos.
E o “código da propina”? “Não esquecer de levar duas bonecas para o Gilberto”.
O que eram as “bonecas”? Duas malas de dinheiro?
Não, eram mesmo duas bonecas de plástico, para as meninas que Carvalho acabara de adotar e que eu, curiosamente, conheci “fazendo bagunça” numa sessão de música para crianças – à qual levei meu filho, em 2012 – no CCBB, em Brasília, aproveitando que era “baratinho” para correntistas do Banco do Brasil.
A adoção das meninas custou a Gilberto dois anos de luta judicial, que ele descreve em carta a Ricardo Kotscho, também disponível aos doutores delegados na internet. Talvez ali decifrassem o “mistério” das bonecas…
Fico impressionado e engulhado com este tipo de coisa. Na Operação Zelotes, só nas maiores empresas, há fraudes para sonegar impostos de duas dezenas de bilhões de reais.
E os nossos valentes delegados e delegadas federais estão investigando bonecas para as meninas do chefe de Gabinete de Lula, com quem tive o privilégio de conviver e sobre o qual, por inevitável dignidade, não posso deixar de, modestamente, testemunhar a integridade.
Se os homens públicos brasileiros tivessem metade da simplicidade e da honradez de Gilberto Carvalho, o Brasil seria o país mais honesto do mundo.
Tijolaço
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