sexta-feira, 1 de julho de 2016

Criminalização da política é demagogia de ladrões


POR FERNANDO BRITO · 01/07/2016


Nos distantes tempos em que eu fazia o secundário, em matemática e física, as fórmulas – que são o estabelecimento de uma regra válida em dadas situações – eram demonstradas. Partia-se do que já se sabia para alcança-las e, caprichosamente, ao final da demonstração de sua validade, escreviam-se as letras CQD, como queríamos demonstrar. Os mais antigos, o mesmo em latim:quod erat demonstrandum.

Pois o “latinista” Michel Temer entende mesmo é de demagogia, remando à vontade nas águas da demagogia

A nova lei das estatais, a pretexto de garantir que as empresas sejam administradas por “técnicos”, como se essa condição os fizesse honrados e vedando aos políticos, a priori, a ocupação de postos de direção é tão “furada” que se pode demonstrar com uma simples ida ao quadro negro das vergonhas que furtaram milhões do povo brasileiro.

Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque (este acusado, mas não confesso, como os outros) e Pedro Barusco, por acaso, teriam suas nomeações vedadas pela nova lei?

Não.

A lei, acaso, impede que um ex-diretor ou ex-presidente de banco ponha as mãos nas rédeas do Banco Central, onde 0,001% de diferença em taxas representa milhões e milhões em um só dia?

Não.

A lei impede que um político reconhecidamente honesto, que ocupou cargos públicos sem acumular patrimônio, vive com austeridade e passou por todas as lupas e microscópios que sobre sua vida se colocou ocupe, com estas qualidades, uma diretoria de estatal onde sua honradez seja um traço valioso?

Sim.

Portanto, isso não passa de demagogia. Do simples, fácil e falso exercício da criminalização dos políticos e, com isso, da política.

Simples assim de demonstrar como é falsa a proposição e aquilo que de falso se faz só tem um propósito: enganar os trouxas.

Quod erat demonstrandum.


Tijolaço

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