POR FERNANDO BRITO · 23/01/2017
O jornal O Globo confirma hoje o que a CartaCapital publicou no final de semana, como ainda secreto: o ministro José Serra prepara a entrega, como gesto de boa-vontade para Donald Trump, da base Aérea de Alcântara aos Estados Unidos, e nas condições que eles sempre exigiram e, até hoje, foram negadas, expostas pelo jornal, sob o mais do que expressívo título de “Brasil assume de vez negociação espacial com americanos“:
(…)o Palácio do Planalto está pronto para negociar o uso da base com os Estados Unidos. A ideia é oferecer aos americanos acesso ao centro de lançamento, cobiçado por sua localização rente à Linha do Equador, que diminui o gasto de propelente em cada empreitada especial, para, em troca, utilizar equipamentos fabricados pelos potenciais parceiros.
O uso dos modernos sistemas espaciais dos Estados Unidos, jamais obtidos pela indústria nacional, porém, não significará transferência tecnológica ao setor privado brasileiro. Pelo contrário: para que a negociação avance, o Brasil terá que aprovar uma lei que indique de forma técnica e pormenorizada a proteção que será dada a todo componente tecnológico manipulado em solo brasileiro. O mesmo texto precisa ser avalizado pelo Congresso americano. Se parte das exigências dos EUA forem alteradas pelos parlamentares do Brasil, e as mesmas forem consideradas insatisfatórias pelos congressistas americanos, não tem negócio.”
Vai se completando o plano de emasculação da defesa nacional brasileira, iniciado com a ajuda da Lava Jato na Eletronuclear, estendeu-se para a semiparalisia do projeto de submarinos militares, para a alienação do programa de desenvolvimento de mísseis de defesa aérea e chega, agora, ao sempre sabotado programa de desenvolvimento de foguetes (se quiser, leia aí mísseis de médio-grande porte).
E, agora, na forma de um enclave territorial e tecnológico em pleno território nacional.
O projeto dos destruidores do Brasil para as Forças Armadas não vai além de serem postos a perseguir traficantes de drogas nas fronteiras e de servirem de guardas de presídio, como disse ontem J. Carlos de Assis, no GGN.
Tijolaço
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