POR FERNANDO BRITO · 15/03/2017
Dois ex-diretores da Polícia Federal no governo Lula, os delegados Paulo Lacerda e Luis Fernando Correa, disseram hoje a Sérgio Moro, em depoimento no caso que investiga o tal “tríplex” do Guarujá que querem atribuir a supostos negócios de Lula.
De ambos, ouviu que a “marca” daquele período foi a reestruturação dos órgãos envolvidos no combate à corrupção e lavagem de dinheiro, com aumento dos investimentos para aquisição de novas tecnologias e aumento do efetivo policial e administrativo, com a abertura de concursos públicos e de apoio explicito para a PF.
Paulo Lacerda foi perguntado por Moro sobre o período em que dirigiu a Polícia Federal, que coincidiu com as investigações do chamado “mensalão”, Lacerda disse ter designado uma equipe, que ficou à frente dos trabalhos, fazendo diligências, com total autonomia.
Luis Fernando Correa, foi secretario Nacional de Segurança Pública de 2003 a 2007 e substituiu Lacerda no comando da PF, disse ter promovido a descentralização do comando das investigações no combate à corrupção e lavagem de dinheiro, reforçando a autonomia e independência da instituição. Narrou, entre outras novas tecnologias pelos Estados, como o sistema de interceptações telefônicas por meio de um equipamento conhecido como Guardião.
Ambos contaram que tiveram apoio de Lula para a criação da ENCLA (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro) com a finalidade de debater o enfrentamento desses crimes, inclusive com a participação do juiz Sergio Moro, e que jamais ouviram, de qualquer dos mais de 50 órgãos envolvidos – MP, PF e CGU -, qualquer notícia sobre atos de corrupção no âmbito da Petrobras. E que se tivessem qualquer elemento nesse sentido teriam aberto uma operação.
Mas, mesmo que isso signifique muito, para Moro não significa nada.
Tijolaço
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