Depois de esconder que 300 mil pessoas foram protestar na Praça da Sé por eleições diretas em 1984, a imprensa minimizou – ou escondeu completamente – as manifestações que levaram 1 milhão de pessoas às ruas ontem contra as reformas do governo e pelo Fora Temer; assim como apenas a Folha de S.Paulo noticiou as diretas na época, foi o único jornal nesta quinta-feira 16 a destacar o protesto que levou 250 mil à Avenida Paulista; jornal O Globo minimizou a paralisação que ocorreu em quase todos os Estados e envolveu categorias importantes, como transportes, bancários e professores; já o Estado de S.Paulo transformou a manifestação e greve dos brasileiros em um problema de trânsito
16 DE MARÇO DE 2017
247 – As capas dos principais jornais brasileiros nesta quinta-feira 16 escondendo ou minimizando as manifestações que levaram 1 milhão de brasileiros ontem às ruas contra as reformas do governo e pelo Fora Temer lembram um fato similar em 1984, quando a mídia escondeu que 300 mil pessoas foram à Praça da Sé pedir por Diretas Já.
Como ocorreu à época, quando apenas a Folha de S.Paulo noticiou o protesto, o jornal da família Frias foi o único também hoje a dar destaque principal na capa para a manifestação que levou 250 mil, segundo a CUT, à Avenida Paulista. A foto do protesto publicada no site, porém, mostrava um plano fechado na região do Masp, enquanto o ato tomava toda a Paulista (veja aqui a comparação da Midia Ninja).
O Globo, do Rio, minimizou os protestos que tomaram praticamente todos os Estados do País, em capitais e cidades do interior, e levaram à paralisação de diversas categorias importantes, como nos transportes, de professores e bancários, dando na capa uma notícia em espaço secundário, com foto de plano fechado, sob o título: "Milhares protestam contra reforma".
Já o Estado de S.Paulo decidiu ignorar a paralisação nacional e transformá-la num problema de trânsito: "Ato contra reformas trava SP e afeta capitais". A chamada na capa é acompanhada de uma foto de estação lotada de metrô, uma vez que o transporte público parou. Ônibus e professores foram as únicas greves noticiadas no Estadão. Na parte interna, o problema de trânsito se intensifica no lugar das manifestações: "Paralisação no transporte público trava São Paulo e aplicativo vira opção".
Segundo disse ontem o presidente da CUT, Vagner Freitas, em entrevista à TV 247 (veja aqui), houve adesão de greve na educação, em caráter nacional, transportes, bancários, químicos, metalúrgicos, além de setor público municipal em muitas cidades. Segundo ele, aderiram também aos protestos centrais sindicais que não são ligadas à CUT, mas a partidos governistas, como o PSDB.
Brasil 247
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