POR FERNANDO BRITO · 29/06/2017
Daqui a pouco, às nove da manhã, chega à Câmara a denúncia contra Michel Temer por corrupção.
Como mostrou, ontem, a votação da reforma trabalhista no Senado, também na Câmara, hoje, o quadro é o de recusa da autorização do processo contra o ocupante do Palácio do Planalto.
Mas outro processo, o de sangramento político de Michel Temer, não tem como ser recusado, porque acontece numa escala que já deixou de ser administrável.
Não apenas porque há novos áudios e delações no horizonte como, sobretudo, porque ele chegou ao ponto do “anti-teflon”: tudo o que se lançar, verdadeiro (e muito há) ou falso, nele grudará.
Há. portanto, possibilidades de que, de uma hora para outra, tudo degringole e ele tenha uma morte súbita. Mas, como provam os fatos, a agonia tende a ser mais longa.
Mas há, também, alguns indicadores de que a onda policialesca possa perder força e a nova Procuradora Geral da República – pela sua trajetória não dá para reduzi-la a uma mera assecla de Michel Temer – parece ter antecipar algum grau de limite sobre a “República de Curitiba” – algo que a decisão do TRF ao absolver João Vaccari, condenado com base apenas em declaração de delatores premiados.
Sob Janot, as vedetes da Força Tarefa da Lava Jato, tiveram total leniência para assumirem papel nitidamente político, ao darem palpites até sobre a transcendência de Deus.
Não há duvida de que a deterioração política vai continuar; há alguma esperança de que freie-se a deterioração institucional e há alguma incerteza se a única “unanimidade” do Governo Temer – unanimidade entre os conservadores, “mercadistas” e os “patistas” fiespinos, bem entendido, possa ser rompida.
Mas isso é assunto do próximo post.
Tijolaço
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